Para entidades do Brasil, Estados Unidos e Europa, gasolina deve ter, no mínimo, 10% de etanol anidro.
Entidades ligadas à produção de biocombustíveis da Europa, Brasil e Estados Unidos propuseram uma mistura padrão de 10% ou mais de etanol na gasolina como contribuição para reduzir as emissões de carbono na matriz de transportes. A informação foi divulgada, pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).
Segundo a entidade que representa as usinas de açúcar e etanol do Centro-sul do Brasil, a proposta foi feita na Conferência da ONU sobre o Clima (COP 24), em Katowice, na Polônia. Baseia-se no mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, que destacou a necessidade de triplicar o uso de biocombustíveis nos transportes até o ano de 2030.
“Os negociadores em Katowice encontraram evidências de que o setor de transportes está drasticamente atrasado”, menciona a Unica, em nota. Para a entidade que representa as usinas de açúcar e etanol do Centro-sul do Brasil, enquanto países desenvolvidos ainda discutem “de forma desnecessária” a indústria do petróleo, deixam de produzir bilhões de litros de etanol.
“O etanol não trouxe apenas redução de emissões nos transportes do Brasil, quando comparado a outros países, mas também trouxe independência econômica e desenvolvimento rural”, afirma, na nota, a presidente da Unica, Elisabeth Farina.
Citado pela entidade na nota, Craig Willis, da Growth Energy, dos Estados Unidos, afirmou que o etanol é o combustível que mais contribui com o progresso climático no transporte. Mas existe ainda uma grande oportunidade de aplicação nas economias mais ricas e nas em desenvolvimento.
“O etanol anidro funciona de forma segura e eficiente em todos os veículos movidos a gasolina, reduz de 43% a 100% as emissões de gases causadores de efeito estufa se comparado ao combustível fóssil”, diz ele.
Representantes europeus destacam a necessidade de trabalhar mais na direção de se reduzir emissões de gases de efeito estufa. E avaliam que o E10 (gasolina com 10% de etanol) pode ter impacto imediato.
“Apesar de afirma ser líder em questões climáticas, a Europa está atrasada em seus esforços na descarbonização dos transportes, mesmo que agora tenha soluções que reduzam as emissões nos veículos”, pontua Emmanuel Desplechin, da ePURE, também citado pela Unica.
Fonte: Globo Rural