O dólar operava em queda ante o real no último pregão de 2018, acompanhando a trajetória da moeda no mercado internacional em dia de volume mais fraco e com os investidores otimistas com o governo Jair Bolsonaro, embora a formação da taxa Ptax de final de mês traga volatilidade aos negócios no início da sessão desta sexta-feira.
Às 10:40, o dólar recuava 0,36 por cento, a 3,8803 reais na venda, depois de terminar a sessão anterior em baixa de 0,70 por cento, a 3,8942 reais.
Na mínima, a moeda foi a 3,8306 reais. O dólar futuro tinha variação positiva de 0,1 por cento.
“O real é a moeda que tem melhor desempenho entre as emergentes devido à expectativa de uma rápida aprovação das reformas tributária e previdenciária”, disse o diretor da corretora Mirae Pablo Spyer.
Ele destacou a declaração do vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, defendendo o aproveitamento da proposta de reforma da Previdência que já tramita no Congresso pelo governo Jair Bolsonaro, a fim de que a medida seja aprovada pelo parlamento ainda no primeiro semestre de 2019, segundo entrevista publicada no jornal Valor Econômico desta sexta-feira.
“A declaração de Mourão sobre a votação da reforma da Previdência única, e não fatiada, tem grande importância. O mercado tem pressa, quer ação”, completou o operador de câmbio da corretora Advanced Corretora Alessandro Faganello.
O desempenho do dólar ante o real acompanha a trajetória de queda global da moeda norte-americana ante outras divisas, em dia de recuperação dos ativos com algum alívio na cautela recente.
O mercado também está na expectativa por pistas sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos, depois que o Federal Reserve, banco central do país, foi mais “dovish” ao reduzir a duas as altas de juros previstas para 2019, embora haja expectativa de que o número seja ainda menor ou inexistente.
“O mercado ainda acha que as duas altas podem cair, então fica atento para qualquer pista nesse sentido”, acrescentou Faganello.
O dólar cedia ante a cesta de moedas e também ante as divisas emergentes, como o rand sul-africano, num movimento também ajudado pelo avanço dos preços do petróleo no mercado internacional.
Fonte: Reuters