Recursos usados para investimentos e comercialização dos produtos cresceram no Brasil
O Ministério da Agricultura informou nesta quarta-feira (8/3) que a contratação de recursos do crédito rural da safra 2016/17 para o financiamento à agricultura empresarial alcançou R$ 87 bilhões entre julho do ano passado e o mês de fevereiro. O montante representa 47% do programado no Plano Agrícola e Pecuário 2016/17, de R$ 183,85 bilhões. Do total, R$ 70,67 bilhões são para custeio e comercialização e R$ 16,3 bilhões para investimento.
Conforme a Secretaria de Política Agrícola (SPA), que faz o monitoramento, houve redução no número de operações de custeio e aumento nas de comercialização, ficando praticamente inalterado o montante de investimentos em relação a igual período da safra anterior. “Os financiamentos de custeio apresentaram redução de 10%, o que se deve ao fato de o custo de produção ter sido financiado, em valor de aproximadamente a R$ 10 bilhões, a título de pré-custeio”, explicou a Pasta, em nota.
Em janeiro último, o Banco do Brasil e o Mapa anunciaram que, até o fim de junho próximo, estão disponibilizados R$ 12 bilhões para os financiamentos de pré-custeio, referentes à safra 2017/18.Os financiamentos de custeio a juros livres, no entanto, cresceram 80%, atingindo R$ 10,6 bilhões, ante R$ 5,9 bilhões em igual período da safra anterior. Segundo a SPA, o desempenho é explicado pela contribuição dos recursos oriundos da emissão de Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), direcionados para o crédito rural, no montante de R$ 10,5 bilhões, sendo R$ 8 bilhões para custeio, R$ 2 bilhões para comercialização e R$ 675 milhões para comercialização e industrialização.
Os recursos da LCA aplicados no crédito rural a taxas favorecidas somaram R$ 5,77 bilhões e as aplicações a taxa livre se situaram em R$ 4,78 bilhões.Quanto à participação das instituições financeiras no financiamento de custeio na atual safra, em relação a igual período da safra anterior, os bancos públicos apresentaram redução, seja em termos de recursos controlados (-32%) ou livres (-27%). Já os bancos privados (17%) e os bancos cooperativos (21%) aumentaram suas participações.
Os financiamentos para investimentos aumentaram 3,7%, atingindo R$ 16,3 bilhões, o que, na avaliação do Ministério, sinaliza um processo de recuperação liderado pelos investimentos realizados pelo Pronamp na aquisição de tratores agrícolas e implementos associados e colheitadeiras (PSI/Moderfrota), cujas contratações aumentaram 94% e 150%, respectivamente.