A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou na manhã da quinta-feira (09/03), duas novas tecnologias transgênicas para o algodão. A da Bayer, resistente a insetos e tolerante aos herbicidas glifosato e glufosinato de amônio, e a da Monsanto, tolerante aos herbicidas dicamba e glufosinato de amônio. Das três novas tecnologias que aguardavam na fila de aprovação da CTNBio, resta apenas a da Dow AgroSciences (resistente a lagartas e tolerante ao glufosinato de amônio). Após superada a etapa de aprovação na CTNBio, o produtor ainda deve aguardar em torno de três anos até que o material chegue ao mercado.
Segundo explica o consultor técnico da Abrapa, Edivandro Seron, que acompanhou a reunião, as tecnologias ainda precisam aguardar a manifestação do Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, antes de serem submetidas pelas empresas obtentoras ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que verifica as características das cultivares e os seus benefícios agronômicos, seguindo a legislação aplicada para o Registro Nacional de Cultivares-RNC.
“A CTNBio atesta a biossegurança das tecnologias em relação ao meio ambiente, ao homem, aos animais e demais espécies vegetais presentes no sistema de cultivo”, explica. “Mas até chegarem à CTNBio, cada tecnologia já passou em média por dez anos de pesquisas e testes, com investimentos médios em torno de US$150 milhões”, diz o consultor. “Na etapa de campo, para o desenvolvimento das variedades que carregam a tecnologia, os obtentores despendem outros dois anos, até completarem o dossiê, que é submetido à CTNBio”, relata.
Celeridade necessária
Para o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura, o resultado da reunião de hoje é de grande importância para a cotonicultura nacional. “A entrada de novos materiais genéticos quebra o ciclo de resistência de pragas e plantas daninhas da lavoura, ocasionado pelos longos períodos de exposição aos produtos disponíveis no mercado. A última aprovação para o algodão na CTNBio foi em 2016, após uma lacuna de quatro anos”, lembrou o presidente.
Moura afirmou ainda que é indiscutível que se atente para a segurança de novas tecnologias genéticas e de químicos, mas que a celeridade nos processos é uma demanda atual no agronegócio brasileiro. “A legislação preconiza que, ao chegar à CTNBio, haja um prazo de 90 dias para a emissão de um parecer mas, na prática, o tempo médio tem sido de 18 a 24 meses”, conclui.
Fonte: Abrapa