As estratégias de atuação dos produtores rurais conforme a nova Lei do Bioma Pantanal foram abordadas no último dia da Missão Técnica da Famato e Senar-MT, em Campo Grande-MS. A lei está em discussão na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal. A missão técnica terminou sexta-feira (7) com a visita dos participantes na Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul).
O objetivo do encontro foi fortalecer as discussões sobre o desenvolvimento sustentável do Bioma Pantanal que, no ponto de vista das Federações Famato e Famasul, na forma em que está coloca em risco a área pantaneira.
A gestora do Núcleo Técnico da Famato Lucelia Avi destacou a importância da união de forças para a formatação de ações conjuntas entre os estados que conciliem a proteção do meio ambiente de forma sustentável e o respeito ao produtor pantaneiro. “A Famato apoia toda forma de discussão e quer contribuir com a aprovação de uma lei adequada ao Bioma Pantanal. Mas precisamos equacionar esse processo valorizando os pantaneiros e as atividades agropecuárias que por muitos anos são realizadas no pantanal mato-grossense”, destacou Lucélia.
A maior preocupação do presidente da Famasul Mauricio Saito é que o projeto seja legislado por pessoas que não têm conhecimento de causa. “A nossa grande preocupação é que pessoas que não tenham conhecimento comecem a querer legislar sem saber exatamente qual é a realidade do Bioma Pantanal. A nossa contribuição, enquanto Federação, está muito baseada naquilo que os próprios pantaneiros nos apresentam”, apontou Saito.
Em relação à iniciativa do Sistema Famato em visitar as unidades da Embrapa, Saito disse que o caminho é justamente esse. “Temos que caminhar com a comunidade científica que tem grande peso em um momento de discussão política. Essa ação é importante para nós enquanto setor que está preocupado com o bioma. Nós temos que apresentar argumentos técnicos, já que tecnicamente temos como provar que no pantanal a produção é sustentável. O pantanal é um só e o objetivo dos pantaneiros também acredito que seja um só. Não podemos deixar que quem está de fora decida pelo pantanal, quem está dentro é que tem que decidir”, ponderou.
Para o presidente do Sindicato Rural de Itiquira Roberto Carlos Montagna, a missão foi uma excelente oportunidade para os 15 municípios que compõem o Bioma do Pantanal mato-grossense e deverá ser o marco regulatório para a região. “É preciso acabar com essa situação agoniante do Pantanal. Precisamos entender o que realmente é a Lei do Pantanal, que até então está nas entrelinhas”, apontou Montagna.
O produtor rural de Poconé Raul Santos Costa Neto destacou que a população pantaneira é responsável pela preservação do Pantanal, porém não é reconhecida. “Nós produtores pantaneiros somos taxados como malfeitores, quando na verdade somos nós que cuidamos desse bioma. E somos nós que cobramos uma lei que seja específica para a região e que não prejudique a produção agropecuária pantaneira”, salientou.
Para o vice-presidente do Sindicato Rural de Cáceres Jeremias Pereira Leite, a missão representou um avanço das duas Federações em estar discutindo um assunto muito importante e de interesse comum. “Foi fundamental para o nivelamento dos procedimentos para mudanças legais, haja vista que tem que haver uma sintonia da legislação tanto no âmbito estadual quanto federal. E tanto a Famato como a Famasul estão trabalhando para interceder junto aos poderes Legislativo e Executivo na legislação”, disse Jeremias.
A Famato, entidade de classe que representa 90 Sindicatos Rurais de Mato Grosso, desenvolve ações institucionais que garantem que a voz do produtor rural seja ouvida em diferentes instâncias. Lidera o Sistema Famato, composto pela Famato, Senar-MT, Sindicatos Rurais e o Imea. Quer saber mais sobre nossas ações? Acompanhe nossas redes sociais pelo www.facebook.com/sistemafamato e @sistemafamato (instagram e twitter) #OrgulhodeSerAgro #SistemaFamato #Famato.