O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Maurício Lopes, e outros dirigentes da Embrapa estão visitaram Mato Grosso nesta segunda-feira (10 de abril), tendo como anfitrião o empresário Erai Maggi Scheffer, vice-presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa). Segundo Lopes, a visita é uma oportunidade para se aproximar dos produtores do Cerrado mato-grossense de modo a garantir que o Brasil mantenha o seu protagonismo como grande fornecedor de alimentos, fibras e outras matérias-primas em nível mundial.
“Nos anos 1970, o Brasil fez a opção de desenvolver um modelo de agricultura baseado na ciência. Com o apoio da pesquisa, produtores pioneiros e ousados transformaram os solos ácidos e pobres do Brasil Central em terras férteis. Hoje, os cotonicultores de Mato Grosso dão exemplo ao mundo em termos de produtividade e qualidade de pluma”, comentou o presidente da Embrapa. Segundo ele, a agropecuária brasileira enfrenta grandes desafios (como as mudanças climáticas, e a crescente resistência de vetores de pragas e doenças) e, para que continue avançando, é importante haver “sintonia” entre as instituições de pesquisa pública e o setor privado, representado pelos produtores que estão à frente da agricultura empresarial de grande escala, por empresas e instituições de pesquisa como o Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), criado pelos produtores associados à Ampa.
Na opinião de Lopes, instituições como a Embrapa têm como característica o investimento em pesquisas de longo prazo e em questões de maior risco. Ele cita como exemplo os investimentos em pesquisas focadas nos sistemas integrados (Integração Lavoura Pecuária e, eventualmente, florestas), que hoje despontam como o “próximo grande paradigma” da produção, em função da demanda crescente pela agropecuária de baixo carbono. “Precisamos somar esforços para termos uma agricultura sustentável e com rentabilidade”, afirmou Lopes.
Em seu périplo por Mato Grosso, o pesquisador visitou propriedades do Grupo Bom Futuro (liderado por Eraí Maggi Scheffer), no município de Campo Verde, onde a produção de algodão, soja e milho convive com a pecuária e a piscicultura. A comitiva da Embrapa foi integrada pelos chefes gerais de três unidades da empresa: Sebastião Barbosa, da Embrapa Algodão (de Campina Grande-PB), Austeclínio de Farias Neto, da Embrapa Agrossilvipastoril (de Sinop-MT) e Cleber Oliveira Soares, da Embrapa Gado de Corte (de Campo Grande – MS).
O grupo contou ainda com o acompanhamento dos presidentes Alexandre Schenkel (da Ampa) e Endrigo Dalcin (da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso – Aprosoja), e dos diretores executivos da Ampa e do IMAmt, Décio Tocantins e Alvaro Salles, respectivamente, que apresentaram aos dirigentes da Embrapa as instalações do Centro de Treinamento e Difusão Tecnológica do Núcleo Regional Centro, inaugurado em junho de 2016. IMAmt e Embrapa são parceiros em várias pesquisas, entre elas, um trabalho visando o desenvolvimento de uma variedade de algodoeiro resistente ao bicudo. Também participaram da visita Inácio Modesto Filho, engenheiro agrônomo do Grupo Bom Futuro, e Antonio Scheffer, filho de Eraí Maggi Scheffer.
Fonte: AgroLink