As exportações do agronegócio brasileiro atingiram no mês passado US$ 8,73 bilhões, o maior valor para março da série histórica da Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura (SRI/Mapa). O valor cresceu 4,6% ante março do ano passado, quando os embarques atingiram US$ 8,35 bilhões.
As importações do setor ficaram em US$ 1,39 bilhão e o saldo da balança comercial do agro foi de US$ 7,34 bilhões, com acréscimo de 2,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O agronegócio teve uma participação de 43,5% no total das vendas externas brasileiras (US$ 20,03 bilhões) e de 10,7% nas importações (12,8 bilhões).
Segundo o estudo, em março o complexo soja representou 46,5% de todas as exportações do agronegócio, com vendas de US$ 4,06 bilhões, valor 16,8% superior ao mesmo mês do ano passado. A maior parcela desse valor corresponde às exportações de soja em grãos, que atingiram valor e quantidade recordes para o mês de março, com US$ 3,53 bilhões (+20,8%) e 8,98 milhões de toneladas (+7,2%).
Em segundo lugar se destacam as carnes, com crescimento de 9,2% (US$ 1,35 bilhão). Houve retração de 5,2% na quantidade comercializada, com 591,72 mil toneladas, e elevação do preço médio dos produtos do setor à taxa de 15,2%. O principal item negociado no mês foi a carne de frango, com US$ 644,15 milhões (+11,7%).
As vendas externas de carne bovina diminuíram 3,3% em valor, totalizando US$ 486,52 milhões. Em quantidade, houve queda de 11,2%, sendo embarcadas 121,03 mil toneladas. As vendas de carne suína in natura atingiram recorde em valor para o mês de março com o total de US$ 138,31 milhões.
Em terceiro lugar no ranking dos setores do agronegócio, os produtos florestais apresentaram a soma de US$ 884,01 milhões, com crescimento de 7,4% em relação aos US$ 823,48 milhões obtidos em março do ano anterior. O principal produto negociado foi a celulose, com US$ 436,09 milhões (+7,9%) e 1,06 milhão de toneladas comercializadas (+10,0%), volume recorde para o mês de março.
Em seguida, destacaram-se as vendas externas do complexo sucroalcooleiro, que atingiram a US$ 770,65 milhões, com incremento de 4,5% quando comparado ao valor exportado em março de 2016 (US$ 737,29 milhões). As vendas de açúcar foram o destaque do setor, com o total de US$ 735,19 milhões (+17,2%) e 1,60 milhão de toneladas negociadas (-23,2%).
O setor cafeeiro foi o quinto do agronegócio que mais exportou em março último. As vendas externas do setor somaram US$ 509,46 milhões, com incremento de 12,0% em comparação ao mesmo período do ano anterior (US$ 454,82 milhões).
Acumulado
Os principais setores exportadores do agronegócio no primeiro trimestre de 2017 foram o complexo soja (32,8% de participação); carnes (18%); complexo sucroalcooleiro (12,8%); produtos florestais (12,6%; e café (7%). Estes setores foram responsáveis por 83,1% do total das exportações brasileiras do agronegócio no período, com crescimento de dez pontos percentuais ante igual período do ano passado.
O complexo soja foi responsável por quase um terço das exportações do agronegócio no primeiro trimestre. As vendas externas do setor subiram de US$ 5,13 bilhões no primeiro trimestre de 2016 para US$ 6,73 bilhões no primeiro trimestre de 2017.
No setor, houve expansão de 40% nas exportações de soja em grão, que passaram de US$ 3,79 bilhões no primeiro trimestre de 2016 para US$ 5,30 bilhões. O incremento foi resultado da elevação tanto da quantidade exportada, que passou de 10,8 milhões de toneladas para 13,4 milhões de toneladas no período, recorde para o período, como do preço médio de exportação, que aumentou 12,9%. As exportações de farelo de soja e óleo de soja também subiram, 3,2% e 26,2%, respectivamente.
As vendas externas de carnes subiram de US$ 3,21 bilhão no primeiro trimestre de 2016 para US$ 3,69 bilhão no primeiro trimestre de 2017 (+15%). A carne de frango foi responsável por quase a metade das exportações do setor, com vendas externas de US$ 1,80 bilhão, devido a quantidade recorde exportada de 1,05 milhão de toneladas e, também, à elevação de 18,4% no preço médio de exportação.
As exportações de carne bovina caíram 3,5% para US$ 1,30 bilhão. Já as exportações de carne suína bateram recorde tanto em volume como em no trimestre, com vendas de US$ 399,90 milhões (+46,8%) e embarques de 175,9 mil toneladas (+8,3%). O preço médio de exportação subiu 35,5%O complexo sucroalcooleiro exportou US$ 2,63 bilhões no primeiro trimestre de 2017 (+20,9%), montante que lhe rendeu a terceira posição dentre os principais setores exportadores. A expansão dos preços médios de exportação dos produtos do setor (açúcar e álcool) impediu uma diminuição do valor exportado, uma vez que a quantidade embarcada caiu.
No caso do açúcar, a quantidade exportada caiu 10,3% enquanto o preço médio de exportação subiu 48,6% no período. O resultado foi uma elevação de 33,4% nas exportações de açúcar, que somaram US$ 2,48 bilhões. Já as exportações de álcool foram de US$ 149,57 milhões (-52,2%).
Na quarta posição dentre os setores exportadores do agronegócio ficaram os produtos florestais, cujas exportações somaram US$ 2,58 bilhões (+0,5%). A celulose é o principal produto de exportação do setor, com US$ 1,41 bilhão (-4,4%) em vendas externas. A quantidade exportada de celulose foi recorde para o trimestre (3,49 milhões de toneladas), porém, a queda de 9,7% no preço médio de exportação impediu que o valor exportado fosse recorde. Outros produtos de destaque do setor foram: madeiras e suas obras (US$ 703,61 milhões; +12,3%) e papel (US$ 466,68 milhões; +0,1%).
As exportações de café foram de US$ 1,43 bilhão (+9,7%), valor que colocou o setor na quinta posição dentre os setores exportadores. As vendas externas de café verde subiram 9,2%, alcançando de US$ 1,27 bilhão. A elevação do preço médio exportado em 19,3% foi responsável pelo incremento das vendas externas, uma vez que a quantidade exportada diminuiu 8,4%. O mesmo comportamento ocorreu com o café solúvel. Apesar da queda de 9,2% na quantidade exportada de café solúvel, a expansão 21,0% no preço médio de exportação do produto possibilitou a expansão das exportações em 9,9%, com vendas externas de US$ 143,08 milhões.
Fonte: O Globo