Integrantes da rede WWF (World Wide Fund for Nature), representando diversos países como, Estados Unidos, Rússia, China, França, Holanda, Austrália, Bélgica e Brasil, participaram de uma visita a campo na região do MATOPIBA. O grupo – que trabalha com questões relacionadas à soja nesses mercados consumidores – percorreu por propriedades certificadas pela Associação Internacional de Soja Sustentável (RTRS), conversou com produtores e conheceu as práticas em prol da sustentabilidade realizadas por eles.
De acordo com o líder mundial para as questões relacionadas à soja da WWF, o belga Jean François Timmers, a entidade tem grande interesse na produção de soja, pecuária e silvicultura/celulose. “Consideramos o MATOPIBA uma região que pode se tornar um piloto de diversas soluções inovadoras, de sustentabilidade e alta produtividade. Nesta visita tivemos uma visão clara dos desafios ambientais e sociais que ainda existem, e conhecemos as soluções que estão sendo construídas para contribuirmos e apoiar as iniciativas positivas que acontecem na região. Creio que podemos estar nesse momento escrevendo uma nova página para essa região e para a questão da soja no Brasil”, ressalta.
O Consultor Externo da RTRS no Brasil, Cid Sanches, acredita que essa visita foi de extrema importância para disseminar ao mundo o potencial produtivo da região. “Os 18 integrantes da comitiva da WWF tiveram a oportunidade de entender como é realizada a produção de soja sustentável em cada propriedade e puderam reconhecer os benefícios econômicos, sociais e ambientais que a certificação oferece. Nosso intuito é que essa visita seja divulgada para outras entidades e que as oportunidades comerciais alavanquem ano a ano, gerando rentabilidade e ainda mais produtividade ao MATOPI”, comenta.
A primeira visita ocorreu na Fazenda Sol Nascente, em Balsas (MA), sede da Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte (FAPCEN). O grupo participou de uma apresentação sobre a história e evolução da agricultura na região, realizada pela Superintendente Gisela Introvini, e visitou a comunidade São Cardoso para conhecer os trabalhos desenvolvidos pela FAPCEN junto aos agricultores familiares.
A próxima parada foi a Fazenda Chapada do Ceú e Fazenda Progresso, na cidade de Sebastião Leal (PI). Recepcionados pelos produtores certificados RTRS, os líderes da WWF se impressionaram com as atividades desenvolvidas nas propriedades e viram de perto os resultados alcançados. A visita foi encerrada no Maranhão, onde o grupo participou de uma palestra, ministrada pelo agrônomo Adelmo Gomes, sobre Agricultura de Baixo Carbono (ABC), integração da lavoura, pecuária e florestas, que tem como modelo a Fazenda Santa Luzia, no município de São Raimundo das Mangabeiras.
Padrão 3.0
A versão 3.0 do Padrão da RTRS possibilita a certificação do desmatamento zero, sendo que não é permitida à conversão de qualquer terra natural, encostas íngremes e áreas designadas por Lei para cumprir o objetivo de conservação nativa e/ou proteção cultural e social. Com essa revisão de princípios e critérios, a RTRS se posiciona como o único padrão multipartes que garante o desmatamento zero na produção de soja responsável.
O desmatamento zero incentiva melhorias de gestão ambiental e a redução de certos impactos, promove iniciativas voltadas à otimização do uso da terra, como o desenvolvimento de tecnologias e investimentos em pesquisa e inovação. Entre as repercussões que essas medidas possuem no marco global, a participação da indústria é extremamente relevante no que se refere a aderir e assumir compromissos públicos para eliminar o desmatamento das cadeias de abastecimento das principais commodities.
Fonte: GrupoCultivar