Com preços em baixa no Estado, prêmio pago pela Conab no Pepro não chega à referência estabelecida como mínimo pelo governo federal
“O preço do milho continua caindo em Mato Grosso”, afirma o presidente da Aprosoja no Estado, Endrigo Dalcin. Em viagem com o 12° Circuito Aprosoja, ele conta ter ouvido de produtores que as ofertas no mercado em Cláudia estão na faixa de R$ 11,50/ saca, chegando a R$ 12/ saca no município de Sinop, MT. “Somando a esses valores o prêmio pago ao produtor, você não chega ao preço mínimo, que é de R$ 16,50/ saca”, diz. (Ver, ao final, tabela de prêmios do último leilão de Pepro para Mato Grosso, ocorrido em 11/5).
Alan Santos, gerente de operações especiais da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), explica que o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) é uma ferramenta que tem por objetivo beneficiar o produtor de modo a que ele receba o preço mínimo fixado para determinado produto no seu Estado. Em um cenário em que o produtor vende a saca de milho a R$ 14,50 em Mato Grosso, por exemplo, se o prêmio for de R$ 2, ele recebe esse valor integralmente, para atingir os R$ 16,50. Agora, se vende a saca a R$ 15,50, o prêmio cai para R$ 1, para atingir os mesmos R$ 16,50. “O que não pode é o valor da saca somado ao prêmio não atingir o preço mínimo, porque aí a política não cumpre com o seu objetivo; e o produtor não recebe nada”, afirma Santos.
Com o preço da saca nos patamares colocados por Endrigo Dalcin, uma opção seria aumentar o valor do prêmio pago ao produtor. “Estamos discutindo com o Ministério da Agricultura subir esse valor em R$ 0,80 no próximo leilão, mas temos claro que se o preço continuar caindo isso não será suficiente”, afirma o presidente da Aprosoja Mato Grosso. Do leilão de 4 de maio para o do último dia 11, foram somados R$ 0,80 a todos os valores oferecidos como prêmio no Estado.
Em 11/5, foram ofertadas 500 mil toneladas no Pepro, tendo sido negociados 60,53% desse montante, um total de 302.638 toneladas. Em valores, R$ 20.236.815 serão pagos em prêmio ao produtor. No caso do Pepro, os produtores participantes têm até 35 dias após a realização do leilão para vender o produto negociado no edital. Considerando a data do último leilão, por exemplo, realizado em 11 de maio, o prazo para a venda é 14 de junho.
Outras opções – Além dos leilões Pepro, o produtor que tem milho para comercializar em Mato Grosso pode recorrer também ao Prêmio para o Escoamento (PEP) e aos contratos de opção.
Segundo Santos, a diferença do PEP em relação ao Pepro é que em vez de o produtor participar do leilão quem entra é um terceiro, que pode ser um intermediário ou uma indústria de ração animal, por exemplo. “O intuito é o mesmo, de beneficiar o produtor rural pagando um preço mínimo, e do lado do terceiro, estimular o escoamento de mercadorias, retirando o excedente de um produto de onde há muita oferta”, explica Santos. Conforme a estrutura de comercialização do produtor e a sua capacidade de organização, o instrumento pode ser vantajoso.
Quanto ao contrato de opção, sua característica principal é que o produtor compra o direito de vender sua mercadoria para o governo por um preço pré-fixado, e se na data acordada o preço estipulado no mercado estiver mais interessante, ele pode desistir da negociação”, afirma Santos.
Fonte: Portal DBO