Com os preços da soja ainda em queda na Bolsa de Chicago e mais uma baixa também do dólar frente ao real, as cotações da oleaginosa no Brasil também recuavam
No porto de Rio Grande, a soja disponível valia R$ 70,00 por saca, perdendo 1,41%, enquanto a referência para a safra nova tinha R$ 74,00, com 1,07% de baixa.
Os principais vencimentos da oleaginosa perderam pouco mais de 4 pontos, e tanto o julho, quanto o novembro/17, eram negociados a US$ 9,52 por bushel.
Essa combinação de fatores volta a esfriar a comercialização no Brasil, uma vez que, como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, os produtores nacionais já definiram um novo e mais alto alvo para voltarem às vendas. As referências precisariam estar em algo entre R$ 73,00 e R$ 75,00 por saca para estimular novos negócios.
Na terceira semana de maio, inclusive, os embarques brasileiros de soja perderam um pouco do ritmo em relação às anteriores, em partes, também em função desse baixo volume de novas vendas.
“Na média diária do mês ainda temos altos volumes, com mais de 490 mil toneladas/dia, mas o fato é que, na última semana, a média diária foi de apenas 371 mil. Seguindo esta linha, as exportações devem chegar a 9 milhões de toneladas, ou ao redor, e pode até mesmo não chegar a este nível se seguir mostrando queda no ritmo dos novos embarques”, explica Brandalizze.
Apesar disso, a boa notícia é que a demanda mundial pela soja segue muito aquecida, e o foco dos compradores está, agora, na competitividade. Somente em abril, as importações chinesas de soja do Brasil cresceram 27,7% em relação ao mesmo mês do ano passado e chegou a 6,15 milhões de toneladas.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou uma nova venda de 126 mil toneladas da safra 2016/17 para destinos não revelados.
Dólar
Nesta terça, o recuo do dólar se dava em um novo movimento de ajuste, porém, sua direção seguia sem definição, já que o futuro dos desdobramentos políticos ainda não foi completamente conhecido. A moeda americana, por volta de 12h22(Brasília), perdia 0,37% para ser cotada a R$ 3,264.
“A tendência do dólar segue indefinida, podendo voltar a subir fortemente se a crise envolvendo o presidente Michel Temer se estender por muito tempo”, avaliou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik à agência de notícias Reuters.
Bolsa de Chicago
As cotações devolvem parte dos ganhos registrados no pregão anterior, já sentindo também a pressão dos últimos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre o plantio no país, segundo acreditam analistas e consultores internacionais.
Até o último domingo (23), 53% da área já havia sido semeada com soja, enquanto o mercado esperava algo entre 47% e 52% para esta semana. O índice fica em linha com o mesmo período do ano passado e 1 ponto percentual abaixo da média dos últimos cinco anos.
Ao mesmo tempo, porém, os últimos mapas climáticos indicam a chegada de mais chuvas ao Meio-Oeste americano e as temperaturas ainda baixas. As condições não seriam, portanto, muito favoráveis para a evolução dos trabalhos de campo nestes próximos dias. Novos números do plantio chegam na segunda-feira que vem.
“As projeções climáticas não tão favoráveis para o desenvolvimento da safra no país traz incertezas sobre a dimensão da safra, principalmente ao Centro dos Estados Unidos. As condições climáticas para junho nos Estados Unidos têm de oferecer um padrão mais favorável, com temperaturas mais quentes e chuvas amenas, caso contrário o enraizamento das culturas, principalmente o milho, poderá se manter pouco aprofundado (ou superficial) – uma estiagem em julho poderia causar problemas graves na cultura fragilizada”, diz a consultoria AgResource Brasil, em seu relatório diário.
Fonte: Notícias Agrícolas