A nova safra de grãos dos Estados Unidos tem trazidos algumas divergências em função do clima este ano
Enquanto o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) segue divulgando bons números sobre o avanço do plantio no Corn Belt, os produtores seguem relatando problemas sérios em função do excesso de chuvas.
Além do tempo ainda muito úmido, as baixas temperaturas que vêm sendo registradas no Meio-Oeste dificultam que os solos fiquem um pouco mais secos. E há situações bem diferentes até mesmo dentro de um mesmo estado.
A nova safra de grãos dos Estados Unidos tem trazidos algumas divergências em função do clima este ano. Enquanto o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) segue divulgando bons números sobre o avanço do plantio no Corn Belt, os produtores seguem relatando problemas sérios em função do excesso de chuvas.
Além do tempo ainda muito úmido, as baixas temperaturas que vêm sendo registradas no Meio-Oeste dificultam que os solos fiquem um pouco mais secos. E há situações bem diferentes até mesmo dentro de um mesmo estado.
Em Nebraska, por exemplo, enquanto alguns produtores estão finalizando seu plantio do milho, outros ainda estão longe disso para então começar a semeadura da soja. Na última semana, de quarta a domingo, os dias foram muito chuvosos, com temperaturas entre 4º e 10ºC na região. De acordo com o último boletim do USDA, até o último domingo (21), o estado já contava com 87% do milho plantado, contra 88% do ano passado e 97 da média dos últimos anos. Na soja, os números eram de, respectivamente, 52%, 50% e 61%.
Do leste ao centro de Iowa, um outro produtor já concluiu o plantio, porém, apenas 5% dos campos já emergiram, e não há soja plantada ainda. No estado, Em todo o estado, já há 92% da área semeada com o cereal, segundo o USDA, contra 95% de 2016 e 90% de média. Com a soja, o plantio já foi concluído em 62% da área, frente a 70% do ano passado e da média de 60%.
Em Minnesota, da fronteira ao leste e também em áreas do oeste do estado a situação é de muita umidade, segundo relata um produtor ao portal internacional Farm Futures. “E as baixas temperaturas não estão ajudando, além de haver ainda a pressão das ervas daninhas. E não há como fazer a pulverização dos herbicidas em função das chuvas. Talvez tenhamos que recuar um pouco nos planos”, diz.
Em entrevista ao Farm Journal, o produtor de Marion/Indiana, Derek Blair, afirma que “úmido” é eufemismo para o momento. Sua propriedade recebeu, no último final de semana, recebeu 76,2 mm de chuvas. No mês passado, algumas áreas do país chegaram a registrar acumulados de até 635 mm.
E embora o USDA ainda não traga o assunto em seus relatórios semanais de acompanhamento de safras, a possibilidade de replantio em algumas áreas continua entre os rumores e especulações do mercado. Em alguns pontos do Corn Belt, já se trata de um realidade.
O que esperar do clima?
O resumo do portal norte-americano Agriculture.com parece bastante adequado para o momento. Boas notícias para a metade oeste do Meio-Oeste americano: até sexta-feira (26), as previsões mostram, praticamente, uma ausência de chuvas. Para quem ainda está plantado, más notícias: o ‘liga e desliga’ das chuvas continua.
“No geral, o que temos é uma previsão neutra até o fim do plantio. No entanto, pode haver alguma dificuldade para os últimos 5% a 10% do milho a ser plantado nas áreas mais úmidas”, explica Dal Mohler, meteorologista sênior do Accuweather. “Na sexta e sábado, o leste deve ficar um pouco mais seco, então as chuvas começam a chegar. Em Iowa e Wisconsin, em pontos localizados, podem chegar mais algo entre 25,4 e 50,8 mm de chuvas”, completa Mohler.
Mais adiante, o tempo começa a abrir e a ficar mais seco em uma extensão maior do Meio-Oeste americano. “O oeste do Cinturão Agrícola americano e as Planícies serão favorecidas com chuvas mais amenas nos próximos 10 dias”, mostra a previsão atualizada da AgResource Brasil (ARC Brasil).
“As temperaturas se mantém frias ao leste do Cinturão, qualquer onda de calor deverá ser breve. Uma nova rodada de ventos frios com chuvas vem sendo oferecida através das regiões mais ao sul do Centro norte-americano, no começo da próxima semana”, complementa a previsão.
Ainda segundo informações do meteorologista do Accuweather, os produtores americanos continuarão a observar temperaturas abaixo da média ainda nos próximos 10 dias, porém, isso já pode começar a mudar com a chegada do verão.
Mohler acredita que, neste verão, as temperaturas no Meio-Oeste americano não ficaram muito acima da média para o período, somente algo entre 0,5 e 1,5 grau acima. “Estamos caminhando para outro ano de bons rendimentos se estas previsões se confirmarem. O núcleo do Meio-Oeste contará com temperaturas normais e chuvas adequadas”, explica.
Fonte: Notícias Agrícolas