Levantamento da consultoria britânica PG Economics registra ainda benefícios ambientais como consequência da adoção da biotecnologia agrícola nos mais de 20 países que cultivam essas plantas
A biotecnologia teria contribuído com crescimento econômico e redução de impactos ambientais na agricultura, especialmente em países em desenvolvimento, onde foi registrada a diminuição da pobreza de mais de 16,5 milhões de trabalhadores rurais. Os dados são do relatório “GM crops: global socio-economic and environmental impacts 1996-2015”, divulgado no final da semana passada pela consultoria inglesa PG Economics.
Segundo o levantamento, em 2015, a cada dólar investido, os agricultores de países desenvolvidos obtiveram um retorno médio de US$ 2,76. No mesmo ano, produtores de países em desenvolvimento receberam US$ 5,15 por cada dólar investido. Para a diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Adriana Brondani, o Brasil confirma as estatísticas do estudo. “No País, podemos observar que os agricultores que investem em tecnologia – transgenia, por exemplo – conseguem aumentar a produtividade e, consequentemente, o rendimento de suas lavouras”, afirma, em nota, Adriana.
Menos gases do efeito estufa
Os benefícios dos transgêncios seriam ainda ambientais, diz o estudo, em função da redução das emissões de gases de efeito estufa. Isso porque, como o manejo nas lavouras geneticamente modificadas (GM) é facilitado, há menor necessidade de máquinas no campo.
Sem as plantas geneticamente modificadas, em 2015, por exemplo, cerca de 26 bilhões de quilos adicionais de dióxido de carbono teriam sido emitidos na atmosfera, o equivalente a adicionar quase 12 milhões de carros nas ruas. De 1996 a 2015, a biotecnologia promoveu uma redução global em 8% de emissões de gases de efeito estufa, informa o estudo.
Outra consequência da adoção de plantas GM, de acordo com o estudo da consultoria inglesa, seria a redução da pressão pela abertura de novas áreas agricultáveis. Segundo o relatório, sem os transgênicos, em 2015, seriam necessário mais 11% de terras no Estados Unidos, 31% no Brasil e 13% na China para cultivar soja, milho, algodão e canola. Em todo o mundo, a biotecnologia agrícola foi responsável pela produção adicional de 180 milhões de toneladas de soja, 357 milhões de toneladas de milho, 25 milhões de toneladas de algodão e 10 milhões de toneladas de canola.
* com informações do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB).
Fonte: Cenário Agro