A produção é boa, mas o preço não está agradando os agricultores. Sem pressa para vender, eles esperam um momento melhor para vender a safra
A colheita do milho de segunda safra, ou safrinha, começou no Paraná. A produção é boa, mas o preço não está agradando
A colheita em Floresta é uma das primeiras do norte do estado. Na área de 82 hectares, o produtor Ricardo Dolfini está colhendo 123 sacas de milho por hectare: “Já começamos colher agora. Eu acredito que se continuar sol, em uns 20, 30 dias termina a colheita”.
Por enquanto, apenas 5% da área plantada no estado foi colhida. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), a previsão é colher quase 14 milhões de toneladas, 36% a mais do que na safra de inverno do ano passado, quando a seca provocou quebra no estado.
Agora as plantas se desenvolveram bem e tem muito milho. “O milho ficou bem alto esse ano, com cerca de dois metros. Tá bonito esse ano”, comemora o produtor Luiz Gustavo Brusco. Ele planta mil hectares em Maringá e deve começar a colher em 15 dias. Ele espera, pelo menos, 103 sacas por hectare, uma boa produtividade para a região.
Para os produtores só o que não está nada bom, é o preço do milho. O Luiz, por exemplo, no ano passado vendeu milho a R$ 38 reais a saca nessa mesma época. Agora, o valor caiu para menos da metade.
Para acompanhar os preços, o agricultor tem ido a Cooperativa Agroindustrial de Maringá (Cocamar) e, na última semana, o valor da saca de milho em R$ 17,70 mais uma vez não agradou. “Infelizmente, a gente vai ter que segurar para ver se aumenta esse preço, para, pelo menos, pagar o custo dos insumos que a gente adquiriu”, afirma Luiz.
Só a Cocamar de Maringá deve receber nesta safra 1,2 tonelada de milho. Até agora, desse volume, apenas 10% estão vendidas. No mesmo período do ano passado, a comercialização já tinha chegado a 30%. “Muito diferente, porque a safra de 2016 veio na esteira de uma grande exportação que o Brasil havia feito em 2015. Faltou milho no primeiro semestre de 2016 e as cotações explodiram”, explica José Cicero Aderaldo, vice-presidente da Cocamar.
Fonte: Globo Rural