Quando se fala em segurança alimentar e nutricional, a produção de hortaliças está automaticamente relacionada ao tema, não apenas pelo importante papel que esses alimentos desempenham no estabelecimento de uma dieta saudável – o reconhecimento de sua contribuição para o fortalecimento da agricultura familiar e do desenvolvimento regional também atuam nessa relação
E sintonizadas a esses quesitos existem ações que devem ser consideradas, a exemplo do Arranjo de Transferência de Tecnologia, Intercâmbio e Construção Coletiva de Conhecimento – TTICC, recentemente aprovado pela Embrapa e que envolve projetos desenvolvidos com foco em atividades de TT voltados para a agricultura familiar.
A concepção do Arranjo leva a assinatura do Departamento de Transferência de Tecnologia (DTT) da Embrapa e foi elaborado após um processo de interlocução com a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste – Sudeco. Uma autarquia de fomento por meio de seus fundos de desenvolvimento, vinculada ao Ministério da Integração Regional, e que entendeu como importantes os projetos de apoio aos agricultores familiares quando da formulação de propostas e aplicação de recursos para 2017 previstos no Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO).
“Todas as Unidades da Embrapa no Centro-Oeste estão envolvidas no Arranjo, além de algumas outras que apesar de não se situarem geograficamente na região participam de uma série de atividades que amparam as demais, totalizando 24 Unidades”, anota a agrônoma Flávia Clemente, supervisora de Prospecção e Avaliação de Tecnologias da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF). Na sua avaliação, o arranjo TTICC se apresenta como uma valiosa ferramenta para as ações de transferência de tecnologia dirigidas para a agricultura familiar, “nosso principal público e que já recebeu um importante reforço com a realização da Oficina de Prospecção de Demandas em Hortaliças para o Brasil Central”.
Realizado no dia 27 de junho último, o evento reuniu pesquisadores e representantes das ATERs (Assistência Técnica e Extensão Rural) de seis estados – Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Tocantins, Goiás e Distrito Federal – para discutir estratégias de ações de capacitação para extensionistas sobre a produção de hortaliças. “Aproveitamos a oficina para apresentar o Arranjo sobre TTICC, já que as ações que advirão desse encontro alinham-se com as propostas do arranjo”, observa Flávia. “Foi uma ótima oportunidade, tendo em vista que os extensionistas não fazem parte do Sistema Embrapa e teriam maiores dificuldades em saber da existência direta do arranjo”, acrescenta.
ARRANJOS
Conjuntos de projetos convergentes, complementares e sinérgicos, os arranjos são organizados para fazer frente a desafios prioritários em determinado tema, preferencialmente a partir da visão conjunta de mais de uma Unidade da Embrapa.