Conforme estudo do Mapa, milho e soja continuarão em expansão nos próximos dez anos, com o Estado impulsionando crescimento e ofertando 28% do total
Mato Grosso deve continuar liderando a expansão da produção de milho e soja no país, com aumentos previstos de 41,4% e 34,1%, respectivamente nos próximos dez anos. Se a projeção anunciada ontem pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Mapa), o Estado passará a responder por 28% da oferta nacional dessas culturas, contra uma atual participação de 24%, na safra 2016/17.
O acréscimo da produção de milho deve ocorrer especialmente pela expansão da segunda safra e da oleaginosa pela incorporação de áreas degradadas. Se as projeções se confirmarem, o Estado ampliará em 38% a produção dessas culturas somando 76,24 milhões de toneladas (t) de um volume total projetado para o país no ciclo 2026/27, de 265,3 milhões/t.
O estudo aponta que a expansão dos grãos até 2026/27, no Estado, vai totalizar uma oferta global de soja e milho de 76,24 milhões de toneladas (t), volume 38% superior aos atuais 55,49 milhões/t. Em relação à área plantada, o incremento decenal será de 39% para o cereal, com a superfície passando de 4,38 milhões de hectares (ha) para 6,09 milhões na safra 2026/27.
A produção brasileira de grãos deverá chegar a 288,2 milhões/t, um acréscimo de 51 milhões/t em relação à atual safra (2016/2017), de 237,2 milhões, o que representa um incremento de 21,5%. A previsão de crescimento da área plantada de todas as lavouras (grãos e culturas permanentes) é de 13,5%, saindo de 74 milhões de hectares para 84 milhões de hectares. Já área de grãos deve aumentar 17,3% neste período. A pesquisa envolve 29 produtos, como grãos, carnes (bovina, suína e aves), leite, frutas, fumo, celulose, papel e outros.
Outras culturas também serão destaque na produção mato-grossense na próxima década, como o algodão, o feijão e a cana-de-açúcar.
Conforme o estudo, a produção de algodão concentra-se especialmente nos estados de Mato Grosso e Bahia, que respondem em 2016/17 por 88,4% da produção do país. Mato Grosso tem a liderança com 67% da produção nacional, vindo a seguir o estado da Bahia com 21,4% da produção brasileira. As projeções para o algodão em pluma no Brasil indicam produção de 1,5 milhão/t em 2016/17 e de 2 milhões de toneladas em 2026/27. “Essa expansão corresponde a uma taxa de crescimento de 2,9% ao ano durante o período da projeção e a uma variação de 33,8% na produção. Alguns analistas observaram que a produção e a produtividade projetadas estão um tanto elevadas. Acredita-se que o aumento da produtividade seja inviável, a não ser que surjam novas variedades”, pontuam os analistas do Mapa.
A cana também terá expressivas variações positivas nos próximos dez anos. Conforme o Estudo, a produção passa dos atuais 19,21 milhões/t para 25,81 milhões/t na safra 2026/27, aumentando a oferta em 34,4%. Já área semeada passará dos atuais 273 mil/ha para 368 mil/ha, expansão de 34,7% no período.
ANÁLISE – De acordo com o coordenador-geral de Estudos e Análises da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, José Garcia Gasques, o crescimento da produção agrícola no Brasil continuará sendo impulsionado pela produtividade no campo, pelo aumento do consumo do mercado interno e pela expansão das exportações.
O crescimento com base na produtividade deverá ocorrer nas novas regiões agrícolas do Brasil, no Norte e no Centro-Nordeste. O estudo, segundo Gasques, aponta que os investimentos em infraestrutura e logística nessas regiões têm dado segurança para o novo cenário agropecuário.
Fonte: Diário de Cuiabá