Senão impossível, é difícil conseguir a estabilidade de preços do ovo em julho. O mês é de férias – não só escolares, mas de boa parte da população. Com isso, no período, o ovo perde duas classes de consumidores: a merenda escolar e (parcialmente) o domiciliar
Pior, porém, quando parte dos consumidores domiciliares se encontra com o poder aquisitivo esgotado por conta, por exemplo, do desemprego. Foi o que se enfrentou neste último julho e, mesmo assim, a maior parte do período foi percorrida com os preços estáveis, os mesmos atingidos no final de junho. Ou seja: as baixas só ocorreram nos últimos dias do mês.
Na verdade, foram as fortes ondas de frio ocorridas no mês que mais atuaram para que a estabilidade de preços predominasse. Elas ocasionaram as mais baixas temperaturas de todos os tempos em praticamente todos os estados do Centro-Sul do Brasil e, com os termômetros em baixa, sensível redução na produção de ovos.
Apesar, porém, de as quedas de cotação terem sido observadas apenas nos últimos dias de julho, quando o consumo deu sinais de total exaustão, o mês foi fechado com resultado inferior ao registrado há um ano, fato que não ocorria desde janeiro de 2017.
Em outras palavras, nos cinco meses decorridos entre fevereiro e junho de 2017 o ovo comercializado no atacado da cidade de São Paulo alcançou valor médio 12% superior ao dos mesmos cinco meses de 2016. Em julho passado seu preço enfrentou redução de 3,72%, quase o mesmo índice observado em janeiro (-3,91%).
Foi registrada queda, também, em relação ao mês anterior. Assim, depois do bom resultado de junho – ocasião em que se atingiu o terceiro melhor resultado mensal do ano – o valor médio observado em julho retrocedeu perto de 4% e correspondeu ao terceiro menor preço dos sete primeiros meses de 2017.
De toda forma, o que ocorreu no mês passado com o ovo não tem nada de anormal, pois corresponde, exatamente, ao que é observado na curva sazonal de preços do produto: ligeira perda de valor na passagem do primeiro para o segundo semestre.
E mesmo no ano, os preços de 2017 acompanham a curva sazonal. Assim, em sete meses o produto alcança valor médio 10,0 % superior à média de 2016. Pela curva sazonal esse acréscimo seria de 11,6%. Diferença, portanto, de apenas 1,6 ponto percentual.
Fonte: Avisite