O choque foi grande pós relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta semana as baixas acumuladas pelos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago ficaram entre 1,24% e 1,47% entre os principais contratos
O vencimento novembro/17, referência para a safra americana e o mais negociado agora, foi a US$ 9,45 por bushel no fechamento do pregão desta sexta-feira (11).
A pressão maior sobre os preços nesta semana veio com a chegada de números do USDA que contrariaram todas as expectativas do mercado para seu boletim mensal de oferta e demanda. Ao contrário da redução esperada, o órgão trouxe um incremento de quatro milhões de toneladas na safra americana, agora estimada em impressionantes 119,23 milhões de toneladas.
No entanto, é consenso entre os participantes do mercado que esses números deverão sofrer revisões nos próximos boletins do departamento, uma vez que a realidade observada nos campos norte-americanos não condiz com as estimativas. Há problemas sendo reportados na maior parte das áreas produtoras em função de adversidades climáticas.
“Eu acredito que o USDA esteja muito errado, muito alto na produtividade. Estive no centro de Illinois nos últimos dias e não foi isso que eu vi. Nossa produção está muito irregular. Há áreas pontuais muito boas, mas a maioria tem algo tipo de problema”, explica o vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville, em entrevista ao Notícias Agrícolas.
Além disso, como lembra o analista – que fala direto de Chicago, no estado de Illinois – as lavouras norte-americanas ainda não estão consolidadas e dependem de chuva para, em alguns pontos, recuperar-se e, em outros, alcançar o potencial produtivo estimado.
Ainda de Chicago, o analista de mercado Matheus Pereira, da AgResource Brasil, traz uma comparação entre modelos climáticos que mostram que ainda há condições adversas de clima para os próximos dias que preocupam.
“A gente continua com as mesmas estimativas, com 52,7 sacas por hectare para a soja – um pouco mais de 3 sacas a menos do que espera o USDA. O cenário não é ideal, as chuvas para os próximos dias não são ideais, e esperamos que essa safra em uma reta final, muito próxima à colheita, a gente acredita que o USDA vá revisar esses números que estão muito distantes da realidade do campo”, diz.
Fonte: Notícias Agrícolas