A semana foi de altas e baixas para o café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). No entanto, no fechamento semanal, o acumulado acabou ficando praticamente estável, com alta de cerca de 0,10% nos principais vencimentos e preços em cerca de US$ 1,40 por libra-peso
O mercado oscilou nos últimos dias com base em indicadores técnicos e ainda assimilando as informações sobre a safra 2017/18 do Brasil, que apresenta dúvidas.
No mercado interno, mais negócios passaram a ser realizados nesta seman, mas ainda seguem lentos diante dos números de colheita quase finalizada nas origens produtoras do país.
Nesta sexta-feira, o contrato setembro/17, referência de mercado, fechou a sessão cotado a 140,10 cents/lb com alta de 160 pontos, o dezembro/17 registrou 143,60 cents/lb com avanço de 160 pontos. Já o vencimento março/18 encerrou o dia com 147,40 cents/lb e valorização de 185 pontos e o maio/18, mais distante, também subiu 185 pontos, fechando a 149,65 cents/lb.
A sessão de hoje foi marcada por recuperação no terminal externo depois das baixas recentes em ajustes técnicos. Com esse avanço desta sexta-feira, que teve suporte do câmbio principalmente, os principais vencimentos voltaram a ficar acima de US$ 1,40/lb depois de testarem no início da semana máximas de quatro meses e meio. Ainda assim, o setembro/17 chegou a operar em cerca de US$ 1,35/lb na quinta.
Os operadores no terminal externo seguiram atentos durante toda a semana às informações sobre a safra 2017/18 do Brasil, que está em plena colheita, e apresenta problemas, como broca em algumas importantes regiões produtoras. Além disso, pairam temores em relação ao abastecimento global nesta temporada que já é de bienalidade negativa no país. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) aponta a produção brasileira neste ano em 45,56 milhões de sacas de arábica e robusta.
Segundo estimativa da consultoria Safras & Mercado, a comercialização da safra 2017/18 (julho/junho) de café do Brasil chegou a 34%, mas está levemente atrasada em relação ao mesmo período do ano anterior ainda que a colheita esteja avançada no país. Mais de 85% da produção total prevista havia sido colhida até o dia 8 de agosto. O clima seco nos últimos dias favoreceu o avanço dos trabalhos no campo.
“A aproximação do fim da colheita da safra brasileira com rendimentos menores do que esperados fez com que um importante participante do mercado revisasse sua estimativa de produção de 56 milhões de sacas para 55 milhões de sacas, sendo 43 milhões de arábica e 12 milhões de conilon. Imagina-se que outras casas que trabalhem com um número alto como este devam também fazer um ligeiro ajuste, enquanto entre as que tem números menores a tendência deve ser manter inalteradas as estimativas”, disse em relatório o diretor da Comexim nos Estados Unidos, Rodrigo Costa.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) elevou na quinta em 1,5% sua estimativa para a safra brasileira de café com perspectivas de melhora na produção do Espírito Santo e São Paulo. Portanto, deve totalizar 47,2 milhões de sacas da variedade conilon e arábica. “Esse aumento se deve ao rendimento médio que cresceu nesse mesmo porcentual”, disse em nota o IBGE.
O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) divulgou nesta quarta que as exportações de café do Brasil em julho totalizaram 1,75 milhão de sacas, responsáveis por uma receita cambial de US$ 283,4 milhões, e queda de 8,1% em relação ao mesmo período do ano passado. “Os estoques de passagem estavam em níveis reduzidos. Além disso, a nova safra entrou em velocidade reduzida, enfraquecendo a oferta. Contudo, avaliamos que até setembro as exportações devam retomar os níveis normais, pois o resultado da colheita está entrando, ainda que lentamente, no mercado”, afirma Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé.
Mercado interno
Os negócios com café nas praças de comercialização do Brasil ganharam mais ritmo nesta semana. Ainda assim, levando em conta o avanço da colheita, a comercialização está mais atrasada levemente mais atrasa do que no ano passado. “Expectativas de menor oferta no Brasil têm impulsionado as cotações do café arábica nos mercados interno e externo. […] Nesse cenário, algumas negociações foram observadas no mercado spot”, informou o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
No fechamento semanal, o balanço foi positivo nos preços nas praças de comercialização verificadas pelo Notícias Agrícolas.
O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana em Patrocínio (MG) com alta de 6,38% (+R$ 30,00) e saca a R$ 500,00 a saca. Espírito Santo do Pinhal (SP) (+6,00%) e Guaxupé (MG) (+1,92%) tiveram o maior valor de negociação dentre as praças no período com R$ 530,00 a saca.
No tipo 4/5, a maior variação na semana foi registrada em Varginha (MG) com valorização de 2,06% (+R$ 10,00) e saca a R$ 495,00. A cidade de Franca (SP) teve o maior valor de negociação dentre as praças verificadas com R$ 515,00 a saca e queda acumulada de 0,96% (-R$ 5,00).
O tipo 6 duro teve maior oscilação na semana em Espírito Santo do Pinhal (SP) com alta de 4,35% (+R$ 20,00) e saca a R$ 480,00. Franca (SP) teve o maior valor de negociação dentre as praças no período com R$ 500,00 a saca e queda de 0,99% (-R$ 5,00).
Na quinta-feira (10), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 471,79 e queda de 1,31%.
Fonte: Notícias Agrícolas