Na última semana, a Embrapa Pesca e Aquicultura recebeu visitantes do Mato Grosso que estão envolvidos com a cadeia produtiva da aquicultura no estado
O presidente da Associação dos Aquicultores do Estado de Mato Grosso (Aquamat), Daniel Melo, foi um desses visitantes. “Nós ficamos muito contentes porque pudemos mostrar as nossas demandas pra Embrapa e ela pôde nos deixar claro de que forma pode nos ajudar”, relata.
O Mato Grosso é o quarto estado produtor de peixes do país. Em 2016, de acordo com anuário organizado pela Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), lá foram produzidas 59,9 mil toneladas, o equivalente a 9,4% de toda a produção brasileira. À frente do Mato Grosso, também segundo o anuário, estão Paraná (com 93,6 mil toneladas), Rondônia (que produziu 74,75 mil toneladas) e São Paulo (com 65,4 mil toneladas).
De acordo com Daniel, a Aquamat possui 300 aquicultores. O estado tem cerca de 1.000 produtores e as principais espécies são tambatinga, tambaqui e o pintado da Amazônia. Segundo ele, “o Mato Grosso, hoje, expandiu na produção, só que precisamos atentar pra parte de assistência técnica, do manejo correto, da sanidade e a pesquisa com relação às espécies nativas que nós estamos produzindo, os híbridos, pra que lá no futuro a gente não tenha que mudar toda uma matriz de produção porque a gente foi por um caminho errado”.
Durante a visita, foram feitos encaminhamentos de futuras ações em diferentes áreas: identificação e certificação de peixes híbridos oriundos de produtores de alevinos; capacitação; uma viagem para conhecer produtores de peixes redondos em tanques rede no Reservatório da Usina Hidrelétrica de Manso, que fica nos municípios de Chapada dos Guimarães e Nova Brasilândia; sanidade, com destaque para os acantocéfalos, que vêm sendo um problema em Rondônia; aconselhamento genético para cruzamentos de pirarucu; e abate e bem-estar de peixes.
Parceria em que os dois lados, de fato, ganham – O chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Pesca e Aquicultura, Eric Routledge, entende que “pra gente, que trabalha com o setor produtivo, é indispensável estar acompanhando o que o produtor que está trabalhando na ponta tem de demanda. Então, as demandas que a gente atende não são da nossa cabeça; vêm dos problemas reais da cadeia produtiva. Então, saber um pouco dos problemas e das demandas específicas do setor produtivo da piscicultura do Mato Grosso dialoga pra retroalimentar nossa agenda de pesquisa”.
Para o presidente da Aquamat, “a Embrapa vem no intuito de nos subsidiar de informação e de pesquisa também pra caminhar paralelo ao mercado. É claro que a gente também tem que seguir as orientações do mercado, o que o mercado nos orienta, mas também temos que ter o fundamento técnico pra poder fazer com que a produção possa se expandir”.
Em 2017, o Mato Grosso é o segundo estado que, de maneira oficial, procura a Embrapa Pesca e Aquicultura para construir parcerias técnicas. Em fevereiro, representantes de Rondônia estiveram em Palmas-TO, sede da Embrapa, onde também buscaram conhecer as pesquisas realizadas pela empresa. Além de Daniel, da Aquamat, participaram da visita da última semana João Vecchi, da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), e Leôncio Pinheiro, da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso.
Fonte: Embrapa