Analisada a evolução mensal de preços do frango abatido em relação ao valor médio alcançado no ano anterior, era de se esperar que a curva de 2017 ficasse bem aquém da curva estacional, visto que os preços do ano passado foram profundamente influenciados e determinados não exatamente pelas condições de mercado (oferta/procura), mas pelo alto custo das matérias-primas
Neste ano, esse custo vem tendo sensível decréscimo é natural que os preços do produto retrocedam às condições normais de mercado.
Mas o que vem sendo registrado ultimamente se encontra visivelmente abaixo do que seria um desempenho normal. Explicando:
Pela curva sazonal (média dos últimos 17 anos, 2000 a 2016), o menor preço do frango no decorrer do ano civil ocorre por volta do mês de maio. Assim, em um movimento que apenas reflete os períodos de safra e entressafra da carne bovina, a alta começa em junho [quando o preço fica ligeiramente acima (0,2%) da média registrada no ano anterior) e se estende até dezembro [ocasião em que a cotação chega a alcançar valor médio 21% superior à média do ano anterior].
Em 2017 o frango abatido iníciou o exercício valendo apenas 89% da média do ano anterior, 15 pontos percentuais a menos que o apontado pela curva sazonal. Mas ainda que isso tenha se repetido nos meses seguintes (embora em menor proporção) a diferença existente não assustou ninguém, pois a média do ano anterior havia sido artificialmente elevada.
O problema é que a reversão esperada a partir de junho não aconteceu. E, pior ainda, houve nova queda de preço no mês seguinte – fato raro em se tratando do mês de julho. Em agosto ocorreu ligeira recuperação sobre o mês anterior, mas o valor alcançado no mês ficou 28 pontos percentuais abaixo do valor apontado pela média sazonal.
Os primeiros resultados de setembro indicam valorização em relação a agosto. Mas, sem dúvida, a diferença em comparação à curva sazonal tende a permanecer bastante elevada, sugerindo problemas de mercado.
Como a produção permanece contida e as exportações caminham bem, fica claro que a questão não é de oferta, mas de consumo.
Fonte: Avisite