Número de produtores que vendem para a indústria, porém, caiu de 84 mil para 65 mil nos últimos 2 anos
Um diagnóstico do setor leiteiro feito pela Emater-RS indica que a produtividade por propriedade aumentou 24,9% no Rio Grande do Sul nos últimos dois anos. Em 2017, os produtores gaúchos produziram 178 litros por propriedade por dia. Em 2015, a média era de 142 litros. O dado faz parte do Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite no Rio Grande do Sul – 2017.
Outra evolução é o aumento da produtividade por vaca, que saltou de 11,7 litros por vaca/dia para 12,6 litros. Em contrapartida, o estudo mostrou que o número de produtores que vendem para a indústria reduziu 22,6%, caindo de 84 mil para 65 mil produtores, e que o rebanho também teve redução de 9,5%, ficando em 1 milhão de cabeças (16,4 por produtor na média). “Com a crise, muitos produtores desistiram da atividade. Seja por encontrarem outros negócios mais rentáveis, por não terem mais mão de obra disponível ou, principalmente, por estarem idosos e com falta de descendentes que dêem continuidade à produção leiteira familiar”, explica o zootecnista Jaime Ries, extensionista da Emater.
Entretanto, no mesmo período, o volume de leite produzido reduziu apenas 2%. “Estes números mostram que o contingente de produtores que permaneceu na atividade foi capaz de produzir praticamente o mesmo volume”, avalia Ries, extensionista da Emater.
Para o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, esta concentração de um maior volume de leite em um número menor de produtores é natural e uma tendência no mundo inteiro. “Profissionalizar a produção de leite é a forma de nos tornarmos competitivo”, afirmou, lembrando que a indústria tem se tornado cada vez mais rigorosa. “Nós concorremos em uma economia globalizada, onde as exigências passam a ser internacionais”, acrescenta.
Fonte: Sindilat