Em setembro, Mato Grosso registrou mais um recorde nas exportações de carne bovina fresca e congelada, somando US$ 121,012 milhões. Esta é a maior movimentação financeira mensal em 2017
Em setembro, Mato Grosso registrou mais um recorde nas exportações de carne bovina fresca e congelada, somando US$ 121,012 milhões. Esta é a maior movimentação financeira mensal em 2017. Pela segunda vez consecutiva, o Estado supera São Paulo, que até julho deste ano era líder em exportações de carne. Em volume, foram embarcadas 27,704 mil toneladas segundo levantamento do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
A evolução nas exportações de carne também foi registrada no comparativo com 2016. Em setembro do ano passado, US$ 83,533 bilhões decorreram do embarque de carne, 44% a menos do que no mesmo mês deste ano. No acumulado do ano, Mato Grosso exportou o equivalente a US$ 813,221 milhões em 2017, 23% a mais do que nos nove meses de 2016, quando foram movimentados US$ 66,599 milhões.
Este crescimento nas exportações revela uma superação das adversidades que atingiram o setor desde março, quando foi deflagrada a “Operação Carne Fraca”. Em seguida, um escândalo de corrupção atingiu uma das principais empresas do setor e também houve o embargo temporário dos Estados Unidos em decorrência de não conformidades sanitárias.
O diretor-executivo da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, afirma que o esforço do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em comprovar a qualidade da carne brasileira foi muito importante para recuperação e manutenção de mercados.
“Além da força-tarefa realizada, também temos que destacar que a carne produzida no Estado é de qualidade e sustentável e isso cada vez mais abre portas para nosso produto. Por isso, a tendência é conquistar mais mercados e agregar mãos valor a nossa produção”, afirma Vacari.
Sobre valorização da produção, Vacari destaca que a pecuária de corte ainda não é remunerada de forma adequada e consonância com os demais componentes da cadeia produtiva. “A Acrimat vem apontando que o preço da arroba não segue o mesmo índice de crescimento que os preços na indústria e no varejo. Fora isso, com as crises registradas esse ano, a queda na arroba foi brusca, mas a recuperação não segue o mesmo ritmo de recuperação do mercado”.
Ano passado, em setembro, a arroba do boi era comercializada a R$ 130 na primeira semana do mês e a R$ 132 na última semana, segundo dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Este ano, a arroba do boi gordo a vista era R$ 127 na primeira semana do mês e R$ 130 na última.
“Mesmo com aumento de 50% nas exportações, o valor pago ao produtor está menor. Isso mostra que há distorções no mercado”, afirma Vacari.
Fonte: Acrimat