Antes de iniciar o texto de hoje, só quero mencionar que tive o cuidado de buscar todas as informações possíveis para melhor alinha-los em relação as condições meteorológicas para esses próximos 15 dias e com isso, vocês tomarem a melhor decisão em relação ao plantio e tratos culturais
Pensando nisso, abaixo segue as previsões de todos os modelos que analiso diariamente, na qual são os modelos GFS, CFSv2 e o MWF. Assim, vamos lá…
Pelas imagens de satélite esse final de semana, principalmente a sexta-feira continuará sendo de chuvas apenas sobre o Estado do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, uma vez que todo o corredor de umidade está direcionando para essa região do Brasil. Desse modo, as condições ainda se manterão bastante desfavoráveis ao plantio do arroz, na metade sul do Rio Grande do Sul, bem como a colheita do trigo. Na qual essa última cultura está sofrendo prejuízos bastante significativos em relação a alta frequência de chuvas nessas últimas semanas. Pois, além do trigo ter perdido produtividade por conta do período extremamente seco em julho e associado a geadas ocorridos entre os dias 18 e 19/07, agora essas chuvas, atingindo bem a fase de maturação, irá comprometer também a qualidade dos grãos. Ocasionando uma maior depreciação do produto, na qual os preços já não estão colaborando para a rentabilidade do produtor. Ou seja, o cenário para o triticultor esse ano, não é nada animador, infelizmente. E pior, não é só o trigo que vem sendo prejudicado, outras culturas de inverno, como aveia e cevada também estão no mesmo “barco”.
E esse período de chuvas deverá se estender ao longo dos próximos dias, já que o corredor de umidade ainda estará com maior fluxo sobre o Sul do País. Assim, as condições ainda se manterão desfavoráveis tanto para o plantio do arroz, milho e soja, quanto para a colheita do trigo e demais culturas de inverno. E o grande problema é que na semana que vem, há previsão de que uma nova frente fria venha avançar, novamente, sobre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, provocando chuvas volumosas sobre esses Estados e com isso, inviabilizando totalmente todas essas atividades.
Já no Sudeste e Centro-oeste, um “bloqueio” atmosférico ainda impede que essa frente fria que está sobre o Sul do Brasil nesse final de semana avance sobre o interior do País e com isso, organize chuvas generalizadas sobre todas as regiões produtoras da região Central do Brasil. Desse modo, tanto essa sexta-feira quanto os próximos 5 dias ainda serão de chuvas bastante irregulares sobre os estados de São Paulo, metade sul de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rondônia. Não haverá uma ausência total de chuvas sobre esses Estados. Mas haverá sim, uma grande irregularidade na distribuição e volumes de chuvas nesse período, como poderá ser observado em todos os mapas de previsão abaixo.
Com isso, o plantio da soja, que já teve início em muitas propriedades da região do cerrado e também do Paraná e do Mato Grosso do Sul, deverão ser paralisadas. Já que não há nenhuma previsão de chuvas generalizadas para toda a faixa central do Brasil nesses próximos 5 dias. Porém, como não será uma ausência total de chuvas, aqueles produtores que receberem alguns volumes de chuvas poderão sim, dar início ou continuidade ao plantio. Mas as palavras-chaves ainda continuarão sendo cautela e paciência. Já que o regime de chuvas só deverá se normalizar totalmente sobre as regiões Sudeste e Centro-oeste, na última semana de outubro. Até lá, chuvas continuarão sendo registradas, mas somente na forma de pancadas irregulares.
Tudo isso, está diretamente associado ao forte resfriamento das águas do Oceano Pacífico entre os meses de agosto e setembro, que está fazendo com que o fluxo de umidade fique direcionado ao Sul do País e não a faixa centro-norte. Porém, não há nenhum indicativo de que venha realmente se confirmar uma La Niña, mesmo o Instituto Internacional de Climatologia da Universidade de Columbia, EUA, divulgar em seu último relatório (12/10/17), um aumento no percentual de probabilidade de ocorrência de La Niña, Onde ele indica que há 66% de probabilidade de ocorrência de La Niña para o trimestre Novembro/Dezembro/Janeiro e de 67% para o trimestre Dezembro/Janeiro/Fevereiro.
Entretanto, não tenho como discordar que essa “bolha” de água fria na região equatorial do Oceano Pacífico é que está causando o “atraso” na regularização do regime de chuvas na faixa centro-norte do Brasil e causando muitas chuvas no extremo sul do País (RS e SC).