Os últimos 3 dias foram marcados pelas chuvas, mesmo que irregulares, em quase todas as regiões produtoras do Sudeste, Centro-oeste e Sul do Brasil
Houve registros também de chuvas em áreas do Tocantins e oeste da Bahia. Mas ainda essas chuvas estão muito manchadas, ou veja, com volumes muito variado, dentro até mesmo de uma mesma propriedade. Muitos produtores, principalmente de Goiás, iniciaram ou retomaram o plantio da soja. E o grande problema é bem atrasado. Segundo dados de plantio a região Sudoeste Goiânia está tendo o seu pior início de plantio dos últimos anos, já que o percentual de área plantada até essa última sexta-feira estava próximo dos 25%, onde o normal já era para estar com no mínimo 55%. O mesmo vem ocorrendo com a região do Vale no Mato Grosso, onde a grande maioria dos produtores de Querencia, Canarana e regiões vizinhas, ainda nem iniciaram o plantio.
Infelizmente, esse atraso na regularização do regime de chuvas tem um culpado. Não é a La Niña diretamente, como muitos estão falando, uma vez que ainda não se pode dizer que estamos, oficialmente, sobre sua influência. Mas só o fato de que as águas da região equatorial do Oceano Pacífico estarem mais frias do que o normal, onde algumas regiões a anomalia da temperatura atinge valores inferiores a – 1,0°C, que associado a oscilação Madden & Julian, faz com que a atmosfera reaja com uma La Niña e isso, mantinha o corredor de umidade mais voltado ao Sul do Brasil. Enquanto, toda a faixa central e norte ficava sem chuvas e quanto muito, apenas eventuais pancadas muito irregulares.
Porém, para alivio de todos, esse padrão mudou. As chuvas retornaram, mesmo que irregulares, e continuarão a ocorrer, só que agora mais frequentes e em bons volumes sobre todas as regiões produtoras do Sudeste, Centro-oeste e também do Matopiba.
O avanço de frentes frias pelas regiões Sul e Sudeste nesses próximos 15 dias, manterão o tempo instável e com previsões para pancadas de chuvas quase que diárias em todas as regiões produtoras do Brasil. Possibilitando com isso, que os níveis de umidade do solo se elevem e possibilitem melhores condições tanto ao desenvolvimento das lavouras já semeadas quanto ao plantio. Lavouras de café e de cana de açúcar também estarão sendo beneficiadas por essas chuvas, apesar de que no caso da cana de açúcar, essas irão atrapalhar o pleno andamento da colheita, podendo até mesmo prejudicar a ATR das plantas.
E como volta a chover regularmente e em bons volumes ao longo de todo o mês de novembro sobre a região Centro-norte do Brasil, produtores de arroz do Rio Grande do Sul, terão uma trégua nas chuvas agora nessas próximas 2 semanas, possibilitando que o plantio seja finalizado. Mas infelizmente, esse longo atraso no plantio irá resultar numa redução na produtividade. Já que a janela ideal de plantio já terminou.
E para aqueles produtores de soja que estão preocupadíssimos com esse atraso em seu plantio da soja, em relação ao plantio do milho safrinha e demais culturas de 2ª safra, não precisam se preocupar, pois os mapas de previsão continuam sinalizando que as chuvas, dificilmente irá contar cedo em 2018. Ou seja, os mapas de previsão continuam sinalizando que haverá chuvas ao longo do mês de abril em grande parte das regiões produtoras do Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Goiás e também em todo o Matopiba.