Produto será acrescido ao diesel usado no mercado interno a partir de março. Medida gera emprego, ajuda a diminuir emissões e diminui gasto com importações
O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou, durante reunião extraordinária nesta quinta-feira (9), a antecipação para 1º de março de 2018 da mistura de 10% de biodiesel ao diesel usado no mercado interno (B10). A decisão teve o voto favorável do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), representado na reunião pelo secretário- executivo, Eumar Novacki.
De acordo com a Lei 13.263/16, o prazo final para o aumento dos atuais 8% para 10% de biodiesel no diesel seria 1º de março de 2019. A decisão de antecipar em um ano o prazo para a mistura visa reduzir as importações brasileiras de diesel para atender ao mercado interno.
Segundo Novacki, a expectativa é de que caia o preço final do diesel usado no Brasil. “Essa decisão é uma sinalização do governo de que estamos prestigiando a produção, além de ser uma boa notícia para os consumidores, já que a medida pode baixar o preço final”, observou o secretário-executivo do Mapa.
O óleo de soja é a principal matéria-prima utilizada na fabricação de biodiesel no Brasil, com participação de cerca de 80% da produção. Novacki destacou que a medida poderá gerar emprego e renda para os trabalhadores do setor, além de contribuir com a redução das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera em mais de 70% em relação ao diesel fóssil.
De acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), o B10 deverá aumentar o processamento de soja para 43 milhões de toneladas, ou cerca de 1,5 milhões de toneladas a mais do que neste ano. Isso poderá gerar mais de 20 mil postos de trabalho. Além disso, amedida, também segundo a Abiove, significará economia de cerca de US$ 2,2 bilhões em importação do diesel mineral.