As dificuldades no setor lácteo este ano, especificamente em Mato Grosso, fizeram os preços do leite perderem força mesmo na seca, prejudicando a lucratividade do produtor. Veja alguns aspectos divulgados no relatório mensal do leite, divulgado pelo IMEA no início de novembro.
MÃO-DE-OBRA
Em Mato Grosso operam 54 laticínios captando leite e produzindo derivados, o que consequentemente gera empregos. De acordo com o RAIS/MTE, o estoque de empregos nos laticínios em set/17 foi de 1,79 mil pessoas, queda de 0,28% ante a ago/17, tendo em vista ao momento sazonal, que é de menor captação, demandando menos funcionários nas indústrias.
Ainda que esta redução seja tímida, fazendo uma comparação do acumulado de jan/17 a set/17 com o estoque de empregos de 2016, o resultado é mais expressivo, pois houve queda 4,98% no quadro de funcionários nas indústrias laticinistas, saindo de 1,88 mil pessoas em dez/16 para 1,79 mil em set/17. Assim, mesmo que a captação atual está em média 2,26% acima à do ano passado, verifica-se que isto não tem surtido efeito para promover uma melhora neste indicador. Ademais, a expressiva entrada de produtos estrangeiros no país aliada a baixa competitividade dos produtos nacionais, dificultam um melhor desempenho econômico da cadeia, bem como dos empregos gerados por meio desta.
SAZONALIDADE
Os preços do leite geralmente seguem a lei da oferta e da demanda, com pressão baixista quando há abundância de produção e vice-versa. No Brasil, historicamente, a matéria-prima atinge o seu menor valor em janeiro, devido às chuvas que ocorrem com intensidade na maior parte do país favorecendo a produção, enquanto que, em agosto, as precipitações são afetadas pela estiagem em algumas regiões produtoras, impulsionando os preços.
Diante disso, percebe-se que a produção nacional é altamente sazonal e dependente do clima, pois a movimentação das cotações dos últimos cinco anos (2011-16) são semelhantes à de toda a série histórica do Cepea (2005-16), inclusive, a diferença entre os preços máximo e mínimo aumentou para 18,78%, o que reforça a característica sazonal da produção brasileira. Apesar disso, as dificuldades no setor lácteo este ano, especificamente em Mato Grosso, fizeram os preços do leite perderem força mesmo na seca, prejudicando a lucratividade do produtor.
- O preço da matéria-prima em MT obteve queda de 4,81% em set/17 ante a ago/17, devido ao leve aumento na captação e à queda nos preços dos principais derivados comercializados no Estado.
- Depois de três meses em queda, a captação de leite aumentou 1,03%. As “chuvas do caju” ocorridas em algumas regiões do Estado
favoreceram este aumento na captação. - O cenário de baixa demanda continua vigente, e os preços do leite UHT, muçarela e manteiga na indústria e no varejo apresentaram baixa na tentativa dos agentes em fomentar as vendas.
- Com a retomada da produção no país, as importações brasileiras de lácteos reduziram em valor 29,58%, sendo despendidos US$ 33,99
milhões.
para baixar o artigo completo com os gráficos e os números divulgados no relatório mensal(nov/2017) divulgado pelo IMEA.