O dólar voltou a subir frente ao real nesta quarta-feira (18) e, desde o início da sessão, vem operando com ganhos de mais de 1% e já superando so R$ 3,50. Por volta das 13h (horário de Brasília), a moeda norte-americana era negociada a R$ 3,528 e subia 1,04%. Assim, os preços da soja acompanhavam a valorização e, nos portos, também subiam mais de 1% na tarde de hoje.
Tanto no terminal de Rio Grande quanto no de Paranaguá, a soja da safra 2016/17 batia nos R$ 90,00 por saca e apresentavam ganhos de 1,12%. Já para o produto disponível, R$ 87,00, estável no porto paranaense e alta de 1,76% para R$ 86,50 no gaúcho. Os negócios, apesar de ainda limitados, conforme relatam os analistas, já apresentavam um ritmo ligeiramente melhor do que nos primeiros dias desta semana.
A demanda internacional pela soja brasileira – e seus derivados – ainda é bastante forte e as exportações em maio, mais uma vez, deverão registrar um volume recorde. Apenas nas duas primeiras semanas do mês, o volume acumulado já é de 5,2 milhões de toneladas. As vendas externas de farelo também estão fortes.
Atualmente, segundo informações da Labhoro Corretora, o line-up do Brasil é de 7,3 milhões de toneladas de soja em grão e fica apenas um pouco abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, de 8 milhões de toneladas.
Reflexo dessa demanda forte, de uma oferta ajustada e de produtores brasileiros parcelando suas vendas são os prêmios firmes e elevados que vêm sendo registrado nos portos, principalmente para as posições mais distantes de entrega. Em Paranaguá, para junho, variam de 50 a 55 cents de dólar sobre os preços de Chicago, para julho de 67 a 69, para agosto, de 80 a 82. Para setembro, esse valores sobem para 95 cents a US$ 1,04 acima do praticado na CBOT.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago, o dia é de realização de lucros. Desde a manhã desta quarta-feira, os futuros da soja operam em campo negativo e devolvendo parte das altas registradas no pregão anterior. Por volta das 13h15 (horário de Brasília), os principais contratos perdiam entre 5,75 e 8 pontos, com o julho/16 valendo US$ 10,74 por bushel.
A forte e rápida atuação dos fundos de investimento neste mercado pesam muito sobre os negócios e trazem volatilidade ao mercado internacional. Outro fator que acentua esse movimento volátil na CBOT é o clima nos Estados Unidos. Com o plantio da nova safra em andamento, as previsões – que são atualizadas cerca de três vezes por dia pelos institutos de meteorologia – são acompanhadas de perto. Há pontos de chuvas excessivas neste momento, porém, em linhas gerais, o cenário ainda é favorável.
“Previsões de um tempo mais seco em áreas do Meio-Oeste que vêm sofrendo um stress por conta do excesso de umidade para a próxima semana chegam e pesam um pouco sobre os preços. Entretanto, no horizonte das próximas duas semanas se esperam precipitações acima da média para este período”, relata o analista de mercado Bryce Knorr, do site Farm Futures. “No mercado macro, a alta do dólar – inclusive do dólar index – pressiona as commodities”, completa.