O abastecimento de milho está começando a se normalizar no Brasil, à medida que a colheita da segunda safra avança e com multinacionais direcionando ao mercado interno o produto anteriormente contratado para vendas na exportação, disse nesta quarta-feira o secretário de Política Agrícola do Brasil, Neri Geller.
As declarações do secretário a jornalistas foram dadas após reunião com representantes das indústrias de aves e suínos, que enfrentam custos mais elevados devido aos preços recordes do cereal.
Segundo Geller, a colheita brasileira de milho, afetada em abril por uma seca severa em várias regiões, não está tão ruim como se imaginava, e as geadas não afetaram a safra do Paraná, segundo produtor nacional do grão.
“O milho do Paraná onde deu geada já estava maturado”, disse Geller, lembrando que onde poderia haver problemas de safra, como a região norte paranaense, não houve geada severa.
RECOMPRAS
O secretário disse ainda que boa parte do milho do Brasil que havia sido vendido antecipadamente para exportações está sendo “recomprado” para ser vendido no mercado interno, ao argumentar que a oferta local está se normalizando.
Ele disse ainda que o governo está trabalhando para criar mecanismos para a superação dos problemas de abastecimento.
Entre as estratégias está uma maior aproximação da agroindústria nacional com os agricultores.
“Queremos viabilizar o produtor…”, afirmou.
Mas o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, também presente na reunião que contou com representantes da JBS, BRF e Aurora, disse que a entidade não tem como garantir que as agroindústrias vão financiar os agricultores, como fazem as tradings para garantir a oferta do produto.
“Houve uma sinalização positiva de agroindústria. Favorecer o produtor e vice-versa”, comentou ele.