As consequências da mudança climática serão mais notórias na América Latina do que em muitas regiões do mundo devido à grande biodiversidade do continente e à forte dependência da economia destes países do setor primário, apontaram nesta quarta-feira (15/6) os responsáveis do programa Euroclima.
Um dos líderes da iniciativa, que fomenta a cooperação ambiental entre a UE e 18 países da América Latina, Horst Pilger, declarou que os efeitos da mudança climática serão notados particularmente na América Latina, reduzindo a biodiversidade em alguns dos países com maior riqueza biológica do mundo, como Brasil, Costa Rica e Colômbia.
Além disso, afetará notoriamente a economia em comparação com regiões como a Europa porque a produção econômica na América Latina “é muito dependente da agricultura e dos recursos primários” e a mudança climática afeta mais este setor do que a indústria e os serviços, afirmou Pilger.
Pilger fez essas declarações no marco da realização dos Dias Europeus do Desenvolvimento, nos quais o Euroclima apresentou seus avanços e o trabalho que realiza em conjunto junto a seus membros implementadores.
Para combater estes desafios que a América Latina enfrenta é necessário fortalecer “a troca de conhecimentos” entre a UE e as instituições, mas também entre os próprios países, no que é conhecido como “cooperação sul-sul”, apontou o responsável da direção geral de Cooperação Regional em mudança climática da Comissão Europeia, Catherine Ghyoot.
Este programa centrará sua terceira fase, que começa neste ano, em incentivar a cooperação entre nações com o objetivo de “reforçar a resistência da região latino-americana perante a mudança climática e promover oportunidades para um crescimento verde”, segundo apontou o Euroclima em comunicado.
Os representantes do Euroclima asseguraram que o programa conseguiu que os países da região pudessem intercambiar boas práticas sobre mudança climática. Além disso, a redução da “vulnerabilidade social e meio ambiental para a mudança climática” acarretaria, segundo os responsáveis deste programa, em uma “redução da pobreza na América Latina”.
“Queremos que a região cresça, mas a um ritmo sustentável”, disse Pilger em referência aos desafios futuros.
A UE procura em termos gerais uma conciliação “da sustentabilidade ambiental com o desenvolvimento constante” em uma região “muito exposta à mudança climática e às catástrofes naturais”, para o que, segundo o Euroclima, foi destinado um orçamento total de cerca de 300 milhões de euros.
Inaugurado em 2010, o Euroclima “facilita a integração das estratégias e medidas de mitigação e de adaptação perante a mudança climática” nas políticas de 18 países da América Latina, segundo explica a iniciativa em comunicado.