Produtores rurais e pecuaristas de Mato Grosso emprestaram R$ 13,950 bilhões para manutenção da atividade agropecuária na safra 2015/2016, que encerrou em 30 de julho, quando completou 12 meses de vigência. A cifra levantada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com base em estatísticas do Banco Central indica acréscimo de 3,67% na captação de recursos no Estado sobre a safra 2014/2015, quando foram emprestados R$ 13,455 bilhões.
A maior parte dos recursos total foi destinada, na última temporada, ao custeio da atividade, com a aplicação de R$ 9,339 bilhões, superando em 34,97% os R$ 6,916 bilhões contratados um ano antes. Para investimentos foram demandados R$ 3,818 bilhões no último ano safra, ante R$ 5,221 bilhões no ciclo anterior, retração de 26,8%. À comercialização foi direcionado o menor volume, R$ 791,516 milhões na safra 2015/2016, redução de 39,93% ante os R$ 1,317 bilhão tomados nos 12 meses anteriores.
“Os números mostram que o produtor continua acreditando que o financiamento, com o apoio do governo, é importante para o desenvolvimento da agropecuária”, declarou o secretário de Políticas Agrícolas do Mapa, Neri Geller. Em todo o país, os médios e grandes produtores rurais emprestaram R$ 150 bilhões na safra recém-encerrada. Somados os créditos de custeio, comercialização e investimento, o valor total contratado é 2,6% superior ao do ciclo anterior. Segundo o Mapa, o valor total captado corresponde a 80% dos recursos programados para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) para a temporada, que foi estimado em R$ 187,7 bilhões. Somente as operações de custeio e comercialização da agricultura empresarial absorveram R$ 117,3 bilhões, equivalente a totalidade do montante programado nacionalmente.
Na nova temporada agrícola, os produtores rurais estão preocupados com a permanência da obrigatoriedade de contratar o seguro rural na captação de recursos para custeio, avalia o gerente de Política Agrícola e Logística da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Frederico Azevedo. Conforme ele, a legislação federal proíbe atualmente condicionar a liberação do crédito ao contrato de seguro rural, mas como o Manual de Crédito Rural (MCR) do Banco Central ainda prevê essa prática, os bancos a mantêm. “O setor negocia com o Banco Central a revogação dessa obrigatoriedade no MCR, porque a lei federal prevalece”.
Fonte: A Gazeta