A reação do mercado financeiro é bastante intensa, índices acionários recuam mais de 5% nos Estados Unidos, na Ásia, na Europa, moedas estão voláteis e os investidores ainda tentando entender como fica o mundo a partir de hoje.
As commodities recuam de forma generalizada na manhã desta quarta-feira, 9 de novembro, após a chegada do resultado das eleições nos Estados Unidos que mostra Donald Trump como novo presidente do país.
Assim, as commodities agrícolas se juntam à esse movimento negativo, mesmo que inicialmente, e recuam nas principais bolsas mundiais. Em Chicago, os futuros da soja testaram, mais cedo, baixas mais acentuadas, porém, por volta de 7h50 (horário de Brasília), as posições mais negociadas cediam ebrre 8,75 e 9,25 pontos, mas conseguiam ainda – com exceção do novembro – manter os US$ 10,00 por bushel. Entre os futuros do milho e do trigo, perdas de pouco mais de 4 pontos.
Em Nova York, o café cedia mais de 2%, o açúcar mais de 1,59% e o algodão, mais de 0,6%. As baixas do petróleo, que também foram mais intensas mais cedo, perto das 8h (Brasília), eram de pouco mais de 0,44%, com o barril se mantendo ainda na casa dos US$ 44,00. Ao mesmo momento, o dólar index perdia 0,32%.
O dia promete bastante volatilidade, no entanto, especialistas internacionais já vinham alertando para que a reação do mercado no dia seguinte ao das eleições não deverá indicar seu comportamento daqui em diante mesmo frente à vitória do candidato republicano, que traz um mudança bastante profunda para o governo dos Estados Unidos.
“Isso pode não se tornar um completo desastre, já que ainda se sabe muito pouco sobre o que Donald Trump fará, de fato, e por ora, ainda é difícil adivinhar o que irá realmente mudar. Mas, o que nós não podemos garantir é qualquer ‘senso de negócios’ com o qual já estamos acostumados poderá se visto hoje, e é isso que está assustando os mercados”, disse um trader britânico ao portal internacional Agrimoney.
No caso da soja, entretanto, os fundamentos fortes de demanda ainda permanecem ocupando um bom espaço no radar dos traders e atuam como, especialmente hoje, como o mais importante fator de suporte e estímulo para os preços da oleaginosa. Os últimos números da busca pela soja norte-americana têm sido bastante surpreendentes e têm dado fôlego às cotações nos últimos meses.
E ainda nesta quarta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualiza seu boletim mensal de oferta e demanda e, para muitos analistas e consultores de mercado, os novos números de exportações norte-americanas poderiam ser revisados para cima, podendo amenizar o impacto de uma também esperada alta na estimativa para a produção 2016/17 do país. Dessa forma, as projeções para os estoques finais dos EUA também poderiam ser limitadas.
“As notícias contínuas de novas vendas dos EUA para a China ainda continua como a pedra fundamental do suporte”, diz, em nota, o analista de Tobin Gorey, do Commonwealth Bank da Austrália após o resultado da eleição americana.