Pesquisa da Acrimat mostra que menos da metade das fazendas tem avançado na melhoria dos sistemas produtivos e a falta de linhas de crédito facilmente acessíveis aparece como uma das principais limitações.
Com o objetivo de saber a quantas anda a intensificação da atividade pecuária em seu Estado, a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) foi a campo. Munidos de um questionário,os técnicos da entidade percorreram quatro rotas, num total de 30 municípios, que abrangem todas as sete macrorregiões definidas pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea): noroeste noroeste, norte, nordeste, médio-norte, oeste, centro-sul e sudeste. As perguntas elaboradas foram divididas em duas abordagens: micro, com foco no sistema de produção do pecuarista, e macro, para esmiuçar o que foi feito em termos de intensificação na propriedade nos últimos anos.
A iniciativa, dentro do projeto Acrimat em Ação, validou 2.481 questionários para serem avaliados, quase 70% mais ante o total obtido em pesquisa realizada no ano passado. Com num raio-x, o relatório produzido pelo Imea
a partir da leitura dos dados dá uma boa ideia da pecuária mato-grossense. “Essa fotografia nos permite ter uma visão ampla do que os produtores têm feito. A partir daí definimos as ações estratégicas para o setor”, afirma o superintendente da Acrimat, Franscisco de Sales Manzi. Dono do maior rebanho do País (29,24 milhões de cabeças), no Estado predomina o ciclo completo, sistema de produção presente em 32% das propriedades, seguido pelas que só se dedicam à cria (28,5%).
Dentre os que engordam os animais na propriedade, 81,5% responderam que terminam os animais a pasto, seguidos por 12% que operam com semiconfinamento e, por último, 6% que optam pelo confinamento. Apesar da pequena parcela, a engorda no cocho é representativa no total de abates. Para se ter uma ideia, em 2015 foram confinados 669.890 animais, o equivalente a 14% do total abatido no ano.
Falta financiamento
Questionados se haviam feito algum processo de intensificação na propriedade nos últimos cinco anos, mais da metade (51,5%) dos produtores entrevistados assinalou “não” no questionário. Desse total, 46% relataram a dificuldade na obtenção de capital como justificativa. Conforme o consultor da Acrimat, Amado de Oliveira Filho, há limitações nos dois programas de investimento disponíveis aos produtores do Estado: o ABC (Agricultura de Baixo Carbono) e o FCO (Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste). “O ABC, que dispõe de recursos adequados, não vem rodando de forma satisfatória para atender os produtores, além de ser complexo”, afirma Oliveira.
Por: Renato Villela – DBO