O Imea mostra que desembolso do capital próprio dos produtores reduziu, mas ainda é principal fonte de financiamento.
Um estudo elaborado pelo Instituto Mato-grossense de Pesquisa Agropecuária sobre o funding para custeio da soja em Mato Grosso mostra “uma necessidade jamais vista de capital para custear a safra 2016/2017, de R$ 17,37 bilhões”. O valor é 6,2% superior aos R$ 16,35 bilhões gastos pelos produtores rurais para bancar a lavoura de soja na safra passada. Nos últimos dois anos o crescimento foi de 30%, período em que a área plantada teve uma expansão de apenas 3,9%.
Os técnicos do Imea observam que ao analisar o peso de cada fonte de financiamento nota-se uma “dança das cadeiras” no novo funding. Eles explicam que a produção de soja e milho abaixo do esperado em 2016 refletiu sobre o bolso do produtor, que reduziu em 7 pontos percentuais o uso do capital próprio no novo custeio da soja, mas ainda assim é a principal fonte de financiamento, com 33%.
Segundo eles, as revendas que já vinham reduzindo a sua participação drasticamente no financiamento desde a safra 2015/2016, mantiveram tendência, com as trades “abocanhando” parte deste mercado. A participação das revendas no funding de uma safra para outra caiu de 17% para 14%, enquanto as tradings cresceram de 17 para 24%.
Os técnicos destacam o aumento da participação dos bancos, devido principalmente à liberação do recurso de pré-custeio, que contribuiu com 72% do montante total liberado, “colaborando pela primeira vez desde o início dos levantamentos do funding para a participação dos recursos federais superar a das revendas”. A participação cresceu de 15% para 17%.
No caso do sistema financeiro com recursos privados a participação aumentou de 11% para 12% do funding da soja em Mato Grosso.
Em seu boletim divulgado nesta segunda-feira, o Imea comenta que os preços recuaram 0,13% no mercado local. “Mesmo com a alta expressiva na Bolsa de Chicago (CBOT), o câmbio e o menor apetite de compra do mercado interno tiveram maior impacto nas cotações”, dizem os técnicos. O prêmio da soja para embarque em março de 2017 no porto de Paranaguá fechou a semana com média de R$ 48,00/bushel e desvalorização de 14,73%.