Em pesquisa realizada pelo Kleffmann Group, com acompanhamento técnico da Embrapa Meio Ambiente por meio da Plataforma ABC, Mato Grosso foi destaque com 1,5 milhão de hectares usados em algum tipo de sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF).
Segundo a pesquisa, nos últimos anos, ocorreu um aumento considerável na adoção de sistemas ILPF no país, e já soma uma área de 11,5 milhões de hectares.
Esse incremento na participação de Mato Grosso é fruto das ações de divulgações do Plano ABC, realizado pelo Governo do Estado por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), de janeiro a maio deste ano. Foram realizados workshops em 17 municípios e capacitações em cinco polos regionais, totalizando 975 participantes, para divulgar o Plano ABC. As iniciativas integram as políticas públicas do Governo do Estado na promoção de ações que visam desenvolver o programa Produzir, Conservar e Incluir (PCI).
A pesquisa patrocinada pela Rede de Fomento de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta foi apresentada pelo Governo Federal na COP-22, no Marrocos. Os estados que se destacam em área de adoção são Mato Grosso do Sul, com dois milhões de hectares; Mato Grosso, com 1,5 milhão; Rio Grande do Sul, com 1,4 milhão, que é também o estado com maior número de propriedades participantes de algumas das modalidades; Minas Gerais, com 1 milhão; e Santa Catarina, com 680 mil hectares.
Plano ABC
Mato Grosso também foi destaque nacional na contratação do Plano ABC, ficando entre os três estados que mais contrataram a linha de crédito. Foram R$ 248 milhões contratados na safra 2015/2016, ficando atrás apenas de Goiás (R$ 366 milhões) e Minas Gerais (R$ 273 milhões). Os números integram um levantamento do Observatório do Plano ABC, do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O Plano ABC é uma política pública que apresenta o detalhamento das ações de mitigação e adaptação às mudanças do clima para o setor agropecuário. O plano tem como meta reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEE), e ainda conta com uma linha de crédito específica para o financiamento da agricultura de baixa emissão de carbono.
O produtor rural que tiver interesse em conseguir o recurso deve apresentar um projeto nas agências do Banco do Brasil com detalhamento das ações que serão realizadas na propriedade para reduzir as emissões de GEE. São ofertadas linhas de financiamento para Sistema de Plantio Direto (SPD), Florestas Plantadas, Tratamentos de Dejetos de Animais, Recuperação de Pastagens Degradadas, Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs).
Para a realização das rodadas do Plano ABC, a Sedec contou com a parceria da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários (Seaf), Famato, Senar, Acrimat, Acrismat, Aprosoja, Banco do Brasil, Arefloresta, Superintendência Federal de Agricultura (SFA-MT/Mapa) e da Embrapa Agrossilvipastoril.