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O frango embarcado aos países árabes representa cerca de 20% da produção total brasileira
Segundo o Halal Times, Indonésia, Irã e Turquia estão entre as maiores economias muçulmanas. Ao longo dos anos, o Brasil tem fortalecido e avançado a passos largos em sua relação comercial com os países de população árabe e muçulmana. E o carro-chefe que impulsiona esses números é a carne de frango brasileira.
Para se ter uma ideia, segundo dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), de 15% a 20% da produção brasileira de frango, ou seja, pouco mais de dois milhões de toneladas ao ano, tem como destino os países árabes. E no primeiro semestre de 2022 os embarques dessa proteína aos países árabes continuaram numa curva ascendente.
Só para os Emirados Árabes, a variação do primeiro semestre de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado foi de um aumento de 66% em volume e 113% em receita. Outro exemplo é o Catar, que teve um crescimento de 45% em volume e 84% em receita nos embarques de carne de frango no primeiro semestre de 2022 em relação a 2021.
“O Brasil mostrou aos países árabes a competência na produção de carne de frango de qualidade e segura para o consumo da população muçulmana. E esse caminho proporcionou uma relação comercial sólida, mas ainda assim promissora ao Brasil para além do mundo árabe. A segurança de alimentos é uma exigência da religião islâmica, mas cada vez mais valorizada e exigida em todo o mundo. Por isso, além do crescimento junto aos países islâmicos, acredito na expansão de mercado do frango halal brasileiro em várias partes do mundo”, destaca o diretor de Operações da CDIAL Halal, Ahmad M. Saifi.
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Certificação halal – O processo de certificação analisa toda a cadeia, como a matéria-prima, insumos, transporte e armazenamento, para garantir, dentre outras coisas, que não haja contaminação cruzada com produtos ilícitos, como a carne suína.
Quando se fala em carne de frango halal, estão envolvidos muitos processos e não apenas o tradicional e já conhecido abate halal. Toda a cadeia produtiva precisa seguir a jurisprudência da religião islâmica para que este produto possa estar apto a ser comercializado nesses países.
O normativo halal contempla desde a criação do animal, passando por todas as etapas de produção até o transporte do produto. Dessa forma, se um pequeno produtor de frango tem interesse em obter a certificação para vender para a indústria que vai exportar para países árabes e muçulmanos, pode fazê-lo, desde que atenda a todos esses requisitos e obtenha a certificação.
A gerente de Qualidade da CDIAL Halal, Jéssica Benevides, explica que a avaliação do auditor se baseia tanto no normativo halal como nas normativas brasileiras definidas pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). “O trabalho se baseia naquelas exigências que forem as mais rigorosas. Mas também é importante ressaltar que cada país pode ter uma determinação especifica, que pode ser mais ou menos flexível para determinados pontos e etapas do processo de produção”, explica Jéssica.
Por isso é importante conversar com quem busca a certificação para entender se o produtor brasileiro já tem um país especifico para vender seu produto e, neste caso, é muito importante que conheça a legislação e a certificação daquele país, pois serão estes, principalmente, os pontos averiguados pelo auditor da certificadora. “Porém, caso queira comercializar com outros países que tenham exigências específicas, esses demais pontos devem ser novamente auditados”, salienta a gerente. E se o produtor ainda não souber para qual país irá vender, o processo de certificação é baseado no país mais rigoroso quanto às exigências.
Um dos principais pontos avaliados pela certificação ainda na granja é o bem-estar animal, que envolve, dentre outros pontos, a manutenção dos animais em temperatura adequada, se vacinação está em dia, e se as boas práticas exigidas pelo MAPA estão sendo seguidas.
Além disso, há um ponto muito importante exigido por alguns países árabes, como a Arábia Saudita, no que se refere à ração. O frango halal, desde o nascimento até o momento do abate, deve se alimentar de ração verde, ou seja, aquela que, em sua composição, não contenha nenhum produto de origem animal.
Há também a certificação para a produção de ovos halal. Como explica Jéssica, as exigências são as mesmas, mas há alguns pontos específicos neste caso, por exemplo, as boas práticas de fabricação, dentre elas, a temperatura de armazenamento, as embalagens e o transporte. No caso específico do maquinário, um dos pontos observados é o lubrificante utilizado, já que no halal não é permitido que este produto contenha qualquer componente de origem suína. Além disso, na embalagem de transporte dos ovos também deve ser observado se não há algum produto de origem animal em sua composição.
Já no frigorifico, há determinações específicas halal, além dos demais processos de boas práticas brasileiras que devem ser atendidos. E as demais etapas baseiam-se nas normativas brasileiras, porém o auditor também verifica se dentro do processo produtivo há algo que possa afetar o halal. “Por exemplo, se o sabão utilizado para a higiene dos equipamentos possui algum produto de origem animal, neste caso, não pode ser utilizado”, alerta.
Quando se trata da embalagem, é preciso atender às exigências brasileiras quanto à passagem de oxigênio da parte externa para a interna e vice-versa, de forma que seja garantido que nenhum fator externo possa comprometer a qualidade do produto que irá chegar ao consumidor final. Além disso, o halal determina que todas as informações sobre o produto estejam escritas em árabe na embalagem, assim como deve estar impresso o selo halal.
“Em relação ao armazenamento, é preciso verificar se é realizado corretamente, ou seja, em câmaras frigoríficas ou espaços destinados exclusivamente a produtos halal”, orienta Jéssica.
Após sair da indústria, importante observar as exigências de transporte para produtos halal. “O ideal é de que seja realizado um transporte exclusivo para produtos halal, além de atentar-se também à temperatura de armazenagem, deslocamento, a limpeza dos contêineres e o tempo de carregamento dos produtos”, salienta a gerente.
A certificação halal analisa todas essas etapas para garantir que este produto seja 100% seguro para o consumo da população muçulmana. “No caso da proteína animal, sem a certificação não é possível acessar esses mercados, já que é essa uma exigência da maioria dos países. O selo halal é um selo de qualidade, que está atrelado à segurança dos alimentos, além de avaliar o bem-estar animal, que é uma busca incessante de todo o mundo. O halal é um cuidado com os processos”, explica Jéssica.
SIAVS – Todas essas informações sobre a certificação da cadeia produtiva da carne de frango e as possibilidades de mercado junto aos países árabes e muçulmanos, que possui quase ¼ da população mundial, poderão ser obtidas com a CDIAL Halal no SIAVS (Salão internacional de avicultura e suinocultura), realizado de 09 a 11 de agosto, no Anhembi Parque, em São Paulo. Durante o evento, que reunirá empresas e profissionais atuantes em toda a cadeia da avicultura, serão realizados debates que unem pesquisadores, lideranças e indústrias em busca do compartilhamento de novidades e dos rumos da atividade no Brasil e no mundo.
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Você sabe quais as principais economias muçulmanas em 2022?
De acordo com publicação do Halal Times, o PIB mundial total composto por 193 economias mundiais é de US$ 85,18 Trilhões e o PIB total de 57 membros da Organização dos Países Islâmicos (OIC) é de US$ 22,149 trilhões. A partir desse estudo, a maior economia muçulmana é a Indonésia.
CDIAL Halal – É a certificadora da América Latina acreditada pelos principais órgãos oficiais dos Emirados Árabes (EIAC) e do Golfo (GAC), o que confere seriedade e competência nos segmentos que atua. Também é a primeira da América Latina a conquistar a categoria “N” para cosméticos e fármacos. Esta certificação é aceita em todo o mundo, inclusive nos países de maior população muçulmana como Malásia, Indonésia, Singapura e Golfo Pérsico (ou Golfo Árabe).
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