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Como já vinha ocorrendo em meses anteriores, também em agosto as negociações com o frango vivo do interior paulista se desenvolveram em ambiente fraco
Daí contar-se que os preços recebidos pelo produtor apresentassem, pelo menos, a mesma estabilidade observada um ano atrás, ocasião em que a cotação – a despeito do mercado igualmente fraco – permaneceu inalterada não apenas no mês, mas por quase quatro meses (mais exatamente, por 112 dias).
Mas essa expectativa caiu por terra na penúltima semana de agosto, quando a debilidade do mercado – não só do frango vivo, mas também do abatido – se tornou mais visível. Então, em apenas quatro dias de negócios, o frango vivo paulista perdeu 30 centavos de seu preço, os R$6,10/kg alcançados em julho recuando para R$5,80/kg, queda próxima de 5%.
Como esse retrocesso ocorreu já no terceiro decêndio de agosto, o efeito na média mensal foi pequeno, correspondendo a uma redução de apenas 0,65% sobre o mês anterior. Mas, em decorrência da estabilidade registrada nos últimos quatro meses, a variação anual retrocedeu para menos de meio por cento, ficando muito abaixo não só da inflação oficial, mas sobretudo da inflação real.
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Como a recomposição de preços é algo improvável de ocorrer na atual conjuntura econômica, a última cotação registrada em agosto tende a prevalecer no decorrer de setembro, o que significa operar nestes próximos 30 dias com preços nominais mais de 3% inferiores aos de um ano atrás, algo que o setor não experimentava há quase dois anos e meio (a última vez em que o setor operou com valor menor que o de um ano antes foi em maio de 2020; mas em decorrência do isolamento social determinado pela pandemia, não por falta de poder aquisitivo do consumidor).
Apesar desses tropeços, o valor médio registrado nos oito primeiros meses do ano, da ordem de R$5,83/kg, se encontra perto de 14% acima da média observada entre janeiro e agosto do ano passado. Porém, em relação ao preço médio de 2021 esse índice cai para pouco mais de 10% e recua ainda mais, para apenas 5%, quando considerada a inflação divulgada pelos órgãos oficiais.
Ressalve-se, no entanto – fato já observado pelo AviSite – que em relação ao mesmo período pré-pandemia (janeiro a agosto de 2019), o atual preço médio do frango vivo apresenta aumento de 78%, enquanto suas duas principais matérias-primas, milho e farelo de soja, aumentaram, respectivamente, 132% e 128%.
Se conseguisse, apenas, acompanhar o aumento médio registrado por esses dois insumos – algo em torno dos 130% – o frango vivo teria sido comercializado (na média dos oito primeiros meses de 2022) por não menos que R$7,50/kg. Alcançou pouco mais de três quartos desse valor.
Por Avisite
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