Com mais de 35% concluída, veja como está o cronograma e os impactos econômicos com a construção da nova ponte que ligará Brasil-Paraguai na Rota Bioceânica
A construção da Ponte Bioceânica, que ligará o Paraguai ao Brasil através do Chaco paraguaio, está avançando vigorosamente, marcando uma nova era nas conexões internacionais e prometendo transformar o cenário do agronegócio entre esses dois países. Esta obra monumental, já com mais de 35% de execução, é uma peça fundamental na chamada Rota Bioceânica, conectando os oceanos Pacífico e Atlântico e impulsionando o desenvolvimento econômico em várias nações sul-americanas.
Nova ponte Brasil-Paraguai
O presidente do Paraguai, Santiago Peña, revela que este projeto era um desejo antigo “Sonhamos com isso em 2015, a possibilidade de construir uma ponte. A verdade é que esse era um sonho que vinha de anos anteriores, desde 2006. A Rota Bioceânica, que começou a ser construída a partir de 2018, deu início à construção dessa ponte que hoje é uma bela realidade e está em processo de conclusão.” , comemora Santiago.
Ele reconhece a integração dos países envolvidos e reforça a importância da obra “Realmente, é um esforço coletivo que nos encontra todos juntos, sabendo que este é apenas o começo. Ainda há muito pela frente, mas este é um passo enorme que o Paraguai e o Brasil estão dando no processo de integração. Isso fará parte do maior projeto de integração do mundo. Provavelmente, o caminho mais curto entre o Atlântico e o Pacífico passará por aqui. Isso permitirá que produtos produzidos no Brasil cheguem aos mercados asiáticos muito mais rapidamente do que chegam hoje. Claro, também proporcionará muitos empregos para paraguaios e brasileiros.“, completa o presidente Paraguaio.
Cronograma de conclusão e impactos econômicos
Para entender um pouquinho de como está sendo alicerçada essa empreitada, quase 300 estacas, com profundidades entre 33 e 43 metros, foram fincadas nas margens do rio Paraguai. Estas estacas formam a base sólida que sustentará a ponte. Com diâmetros variando entre 1 metro e 2 metros, esses elementos de fundação mergulham no maciço rochoso, garantindo a estabilidade necessária para uma obra dessa magnitude. Com 25 cabeceiras já construídas e a ombreira da área de obras de Carmelo Peralta em andamento, a estrutura começa a ganhar forma.
Prevista para ser concluída no primeiro semestre de 2025, a Ponte Bioceânica está se tornando mais do que uma simples estrutura de conexão. Com 1.294 metros de extensão e um investimento de US$ 85 milhões, a ponte é considerada o portal de entrada do corredor internacional. Os benefícios econômicos já se fazem sentir, com Porto Murtinho, cidade brasileira próxima à ponte, recebendo investimentos significativos na rede hoteleira, estrutura para caminhoneiros e oficinas, evidenciando o potencial tanto turístico quanto logístico desse empreendimento.
Desafios e projeções futuras
Enquanto as estacas e as cabeceiras se consolidam, desafios se apresentam, especialmente no acesso à ponte em Porto Murtinho e questões alfandegárias. Jaime Elias Verruck, secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, ressalta que o governo está aguardando a licitação que deverá ocorrer em breve para viabilizar o acesso e superar entraves burocráticos.
Já no lado paraguaio, a montagem de vigas marca um avanço significativo. Com cerca de 40% da estrutura global já concluída, o momento histórico vivido no Chaco paraguaio simboliza a celeridade das obras. Fabricadas pela empresa paraguaia Pretec, as vigas de concreto protendido, com 30 metros de comprimento e 30 toneladas, compõem a superestrutura do viaduto de acesso à ponte. A montagem dessas vigas, um espetáculo logístico, é realizada com a ajuda de grandes guindastes.
A Rota Bioceânica e sua importância internacional
A estimativa otimista é que a obra da ponte seja concluída no primeiro semestre de 2025, consolidando a ponte como a entrada principal da Rota Bioceânica. O reconhecimento internacional da importância dessa obra se reflete no financiamento e no suporte dados pelos governos estaduais e federal do Brasil. O recente destaque no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), incluindo o acesso da ponte, reforça o comprometimento com essa iniciativa transformadora.
Além de proporcionar uma ligação física crucial, a Ponte Bioceânica desbloqueará rotas comerciais vitais, especialmente para o centro-oeste do Brasil. Facilitando o transporte e a exportação para o mercado asiático, essa ponte se torna um corredor estratégico para o agronegócio. Para o Paraguai, país sem litoral, essa ponte é a chave para uma conectividade inédita com dois oceanos, permitindo importações e exportações mais eficientes.
A Rota Bioceânica está tomando forma a passos largos, conectando a região atlântica e o Pacífico por meio do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. Este projeto tem como objetivo não apenas impulsionar o comércio e o desenvolvimento econômico nesses países, mas também reduzir custos logísticos de maneira significativa. À medida que avança a um ritmo acelerado, esta rota encurtará significativamente o tempo de transporte de mercadorias e produtos entre a região central do Brasil e os portos do Pacífico, como o porto de Iquique, no Chile. Esse desenvolvimento abrirá novas oportunidades para exportadores e importadores, facilitando o acesso aos mercados internacionais e reduzindo a dependência de rotas marítimas mais longas.
Em síntese, a Ponte Bioceânica é mais do que uma obra de engenharia; é um símbolo da colaboração regional e da visão estratégica para impulsionar o desenvolvimento. Seu impacto no agronegócio desses países é uma promessa de crescimento econômico, fortalecimento logístico e, acima de tudo, uma ponte para o futuro promissor do comércio internacional.
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