No mercado da soja, oferta ampla pode limitar preços, veja mais informações a seguir
A expansão da área global dedicada à soja, agora registrando aumento consecutivo, sinaliza a possibilidade de um novo recorde de oferta na safra 2023/2024. Segundo dados do USDA, desde a temporada 2019/2020, a área mundial cresceu 12,6%, enquanto a produtividade aumentou em 4%, resultando em um salto de 16,8% na produção global.
Apesar do aumento constante na demanda pela soja, os números revelam um descompasso entre oferta e consumo. Ao longo de quatro anos-safras, o consumo total cresceu 6,7%, um ritmo notavelmente inferior ao crescimento da oferta. Esse cenário cria um contexto que pode limitar as variações positivas de preços no curto prazo, desafiando as expectativas de valorizações significativas.
O setor comemora as conquistas na temporada 2022/2023, com a soja brasileira desempenhando um papel fundamental no avanço da produção mundial. Apesar dos desafios enfrentados durante o ciclo de cultivo, o Brasil emergiu como um líder incontestável, compensando as quedas nas ofertas dos Estados Unidos (EUA) e da Argentina e garantindo um novo recorde global de produção, conforme revelado pelo USDA.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou as Portarias nº e 968, 980 e 986 que alteram que o calendário de semeadura para a safra 2023/2024 em Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Tocantins e Acre. As alterações no calendário de semeadura do grão ocorreram em função do atraso no plantio e prejuízos decorrentes da falta de chuva durante o início da safra, as alterações foram solicitadas pelo setor produtivo e Agências Estaduais, em função do atraso na semeadura e prejuízos decorrentes da falta de chuva durante o início da safra nesses estados.
É crucial destacar que as estimativas do USDA para a temporada 2023/24 ainda estão sujeitas a ajustes, e a disparidade com as estimativas de consultorias privadas adiciona uma camada de incerteza ao cenário. Os números do Departamento, como observado, estão acima das projeções feitas por analistas do setor, o que intensifica a necessidade de monitorar de perto os próximos relatórios para entender as reais dinâmicas do mercado da soja.
No Brasil, o processo de colheita já está em andamento, embora em um ritmo mais lento. Contudo, os impactos do El Niño sobre a produção começam a se manifestar, gerando preocupações entre os agentes do agronegócio. Diante disso, especialistas acreditam em possíveis reajustes negativos nos dados de produção do USDA nos próximos relatórios, evidenciando a sensibilidade do mercado da soja às condições climáticas globais.
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Quem vê uma semente de soja, de meio centímetro de diâmetro, não imagina o tanto de história que ela carrega nem o tamanho de seu potencial produtivo e econômico desse grão, veja a seguir o que o AGRONEWS® separou para você leitor
1 – A soja é o principal produto de exportação
A soja é o principal produto da pauta de exportação brasileira. Nos últimos anos, a produção de soja se multiplicou mais de 04 (quatro) vezes, saindo de 26 milhões de toneladas para as 120 milhões de toneladas da última safra, transformando o país se tornar no maior exportador mundial do grão. Mato Grosso, um dos maiores exportadores de bens primários, tem no agronegócio 51% da arrecadação de ICMS e 50% do seu PIB.
As exportações da oleaginosa nos 7 primeiros meses do ano de 2023 foi recorde, com aproximadamente 72,46 milhões de toneladas embarcadas. O bom desempenho nas vendas ao mercado internacional acontece em meio a maior produção do grão já registrada no Brasil. De acordo com o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) foram colhidos 154,6 milhões de toneladas na safra 2022/2023. Clique aqui para na íntegra estas curiosidades.
Por Daniele Balieiro/AGRONEWS®
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