Acompanhe tudo sobre a importação de tilápias do Vietnã e os riscos sanitários do Vírus TiLV para a aquicultura Brasileira
No cenário dinâmico da aquicultura brasileira, a semana revelou não apenas oscilações regulares nos preços, mas também alertas significativos que moldarão o futuro do setor. O presidente da Peixe BR, Francisco Medeiros, explora de forma mais aprofundada os principais acontecimentos que impactaram o mercado de peixes de cultivo no Brasil. Aperte o play no vídeo abaixo e confira!
Mercado de tilápias no Brasil
Começamos nossa análise pelos indicadores fornecidos pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Na Região dos Grandes Lagos, observou-se uma ligeira redução de 0,03 centavos no preço pago aos produtores de peixes de cultivo, fixando o preço médio em R$ 9,66. No norte do Paraná, os preços permaneceram estáveis por dez dias consecutivos, oferecendo uma semana de relativa tranquilidade para os produtores. Contudo, na região oeste do Paraná, houve uma diminuição de 0,02 centavos por quilo, estabelecendo o preço em R$ 9,56. Em Minas Gerais, na região de Morada Nova de Minas, o mercado manteve-se estável, com o preço médio atingindo R$ 9,50.
É essencial ressaltar que, a partir de fevereiro, novas regiões em Minas Gerais, como o Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, serão incorporadas aos indicadores do Cepea, enriquecendo a compreensão do mercado de tilápia no estado.
Desafios burocráticos
A semana também foi marcada por ações proativas diante de desafios burocráticos. O setor protocolou no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) um pedido de cancelamento da Instrução Normativa 27/2023. Essa normativa, que visa regulamentar a atividade aquícola, foi considerada excessivamente onerosa para os produtores, demandando a apresentação de 25 itens relacionados à produção e a análise de oito parâmetros de qualidade de água, além do pagamento de taxas e contratação de profissionais especializados. O setor alega que essas informações já são fornecidas a órgãos estaduais responsáveis pelo licenciamento ambiental, tornando a instrução normativa do Ibama redundante e economicamente inviável para a maioria dos produtores, especialmente os pequenos estabelecimentos rurais.
Importações e desafios sanitários: Um alerta para o setor
Contudo, o cenário internacional trouxe uma preocupação de magnitude considerável para o setor de aquicultura no Brasil. A importação de filé de tilápia do Vietnã foi identificada como uma nova realidade. A Embrapa Pesca e Aquicultura, em colaboração com a indústria, identificou o primeiro contêiner desses produtos chegando ao Brasil em janeiro. Essa importação, embora regulamentada e autorizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), suscitou preocupações relacionadas à Análise de Risco de Importação (ARI).
A solicitação de informações sobre essa análise foi protocolada junto ao MAPA, pois a presença do vírus Tilapia lake (TiLV) no Vietnã é uma realidade confirmada pela Organização Internacional de Endemias. O TiLV é um vírus RNA que pode causar mortalidade de peixes superior a 90%, representando uma ameaça séria para a indústria brasileira, que atualmente é considerada área livre desse vírus.
O TiLV é um vírus que afeta tilápias, uma espécie de peixe amplamente cultivada em todo o mundo. Trata-se de um vírus de RNA, pertencente à família Orthomyxoviridae, e tem a capacidade de causar elevadas taxas de mortalidade em populações de tilápias. Sua presença em uma criação pode levar a impactos severos na produção aquícola, resultando em perdas econômicas significativas. A propagação do TiLV é uma preocupação global, e estratégias de prevenção e controle são essenciais para manter a saúde e a sustentabilidade das populações de tilápias em fazendas aquáticas.
O panorama da aquicultura brasileira nesta semana destaca a necessidade premente de vigilância e ação diante de ameaças sanitárias. A importação de tilápia do Vietnã, associada à presença do vírus TiLV, exige uma abordagem cautelosa e estratégias eficazes para garantir a segurança do setor. À medida que enfrentamos desafios, é imperativo que os órgãos reguladores e a indústria atuem em conjunto, adotando medidas que assegurem a integridade da produção nacional e a proteção da saúde pública. O futuro da aquicultura brasileira depende da capacidade de superar desafios, adotar inovações e, acima de tudo, priorizar a segurança e a sustentabilidade.
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