O setor triticultor paulista se reuniu na manhã de 05 de agosto para o segundo encontro da Câmara Setorial do Trigo no estado, que desta vez, por conta da pandemia da Covid-19, foi realizado remotamente.
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“Mesmo online esse encontro é muito importante para dividirmos os desafios e as necessidades dos segmentos que atuam com o cereal no estado, entendendo como está o mercado e promovendo a união do setor como um todo”, destacou o presidente da Câmara Setorial do Trigo de São Paulo, Victor Oliveira.
As quatro maiores cooperativas do estado, Cooperativa Agro Industrial Holambra, Castrolanda, Capal e a Cooperativa Agrícola de Capão Bonito estiveram presentes na reunião e destacaram a boa evolução das lavouras, devido ao clima favorável e as chuvas dos últimos meses.
“De acordo com o levantamento feito por meio do reporte dos representantes das cooperativas temos potencial para um volume estimado de trigo em São Paulo acima da casa das 300 mil toneladas, se o clima permitir. Ainda existe uma pequena necessidade de chuva para o mês de agosto, e por outro lado, há preocupações com as chuvas previstas para setembro, período de ampla colheita do trigo e que pode prejudicar a qualidade e a produtividade do grão”, afirmou Oliveira.
Ainda de acordo com as cooperativas, devido ao início tardio do semeio da cultura no estado, a colheita será realizada entre os meses de setembro e outubro. “As lavouras estão indo muito bem e temos a expectativa de obter um trigo de boa qualidade. Claro que dependemos muito do fator clima, mas a tendência é que tenhamos uma safra muito boa este ano”, reforça o presidente da Câmara.
Em um cenário geral, o representante da Gavilon, Pedro Sampaio apresentou na reunião um panorama do grão no Brasil e no mundo, destacando o aumento da produção de trigo no Brasil, o que pode representar uma redução no volume a ser importado da Argentina e de outros países, como a Rússia, EUA ou Ucrânia.
Incremente de nova área de trigo em SP
A equipe da Biotrigo também participou do encontro online e apresentou um estudo que indica a possibilidade de crescimento da área de trigo no estado, visando atender quase que totalmente o volume de moagem dos moinhos paulistas.
“São Paulo é um case de sucesso em termos de ampliação de área e de melhora da qualidade do trigo no país. Acreditamos que há a possibilidade de aumentar a área de produção no estado e com isso oferecer trigo de qualidade aos moinhos e rentabilidade aos produtores paulistas”, ressaltou a supervisora de qualidade industrial da Biotrigo Genética, Kênia Meneguzzi.
Segundo os dados apresentados, o estado possui 20 moinhos em atividade, que consomem cerca de 12% da demanda por trigo no Brasil, o que significa algo em torno de 1,6 mi toneladas. São Paulo possui hoje uma área de produção de aproximadamente 85 mil ha, o que segundo a Biotrigo poderia ser ampliado de maneira significativa, explorando outras regiões que já foram triticultoras no passado, mas que hoje perderam atratividade para outras culturas.
“Esse é um estudo muito positivo, pois nos apresenta um potencial grande para o crescimento de área e produção, que seria facilmente absorvido pelos moinhos paulistas, além de oferecer uma oportunidade rentável aos produtores do estado. Nós como Câmara Setorial seguiremos apoiando este trabalho, visando ampliar a presença do trigo nos campos paulistas”, finalizou Oliveira.
AGRONEWS BRASIL – Informação para quem produz