Os preços da soja voltam a subir nesta sexta-feira (11) na Bolsa de Chicago e vai marcando seu quinto ganho semanal consecutivo, segundo analistas e consultores internacionais. As boas perspectivas em torno da demanda da China nos EUA tem motivado os ganhos, porém, o dia promete surpresas mais tarde, às 13h (Brasília), quando chega o novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Por volta de 7h20 (horário de Brasília), as cotações subiam pouco mais de 7 pontos nos principais vencimentos, com o novembro já operando acima dos US$ 9,80, com US$ 9,85 por bushel, e o julho/21 já na casa dos US$ 9,90. O mercado vinha enfrentando dificuldades para romper o patamar dos US$ 9,80 e agora precisa de mais notícias fortes para se consolidar assim.
“A demanda da China está muito forte no complexo de grãos neste mometo. Eu acredito que a grande questão agora é o que pode haver de maior acontecendo em relação ao equilíbrio alimentar da China”, diz o agroeconomista Phin Ziebell, do National Australia Bank. Não só os preços da soja sobem com o consumo chinês maior, mas também os de milho, que registram alta de mais de 2% na semana em Chicago em função das compras da nação asiática.
Além da demanda maior, a produção chinesa ainda sofre com problemas sérios de clima, com fortes chuvas e tufões tendo devastado por parte de suas safras em importantes regiões produtores do país. Assim, internamente, os preços do cereal são os mais altos dos últimos cinco anos e a tendência é de que a China se consolide como a maior importadora mundial de milho.
O clima nos EUA também segue exigindo a atenção dos traders, com problemas de tempo seco que ainda acometem partes do Corn Belt e, nesta sexta, atenção também aos números das vendas semanais para exportação que serão reportados também pelo USDA.
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EXPECTATIVAS PARA O USDA
Embora o mercado já venha precificando números menores para a temporada 2020/21 norte-americana, os traders aguardam pelo reporte com ansiedade. O último mês foi marcado por temperaturas elevadas, falta de chuvas em regiões do Meio-Oeste americano e, de acordo com informações do NOAA, o serviço oficial de clima dos EUA, o país registrou em 2020 um de seus verões mais intensos.
“Depois de um agosto quente e seco, o USDA traz dados colhidos a campo pela primeira vez em 2020 e apresenta estimativas para a soja e o milho que poderiam dar o tom do restante do ano para a nova safra dos EUA”, acredita Todd Hultman, analista líder do portal americano DTN The Progressive Farmer.
A produção norte-americana de soja é esperada entre 114,09 e 119,5 milhões de toneladas, com média de 116,65 milhões de toneladas, e contra o número de agosto de 120,43 milhões. A produtividade da oleaginosa é esperada para vir entre 56,6 e 59,29 sacas por hectare, com média de 57,83. No mês passado foram reportadas 59,73 scs/ha.
A média esperada para os estoques finais 2020/21 norte-americanos de soja é de 12,55 milhões de toneladas, contra 16,6 milhões do boletim de agosto. As estimativas variam entre 10,31 e 15,68 milhões. Para o milho se espera uma média de 61,95 milhões, contra 70,01 milhões de toneladas do mês passado, em um intervalo esperado de 54,66 e 68,51 milhões de toneladas.
Fonte: Notícias Agrícolas
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