No mercado do peixe, a tilápia tem enfrentado um cenário de quedas consecutivas nos preços, situação que vem se intensificando desde o início do mês anterior. Os valores de venda, que recuaram em quase todas as principais regiões produtoras do país, retornaram ao patamar de 2022, refletindo uma combinação complexa de fatores, entre eles, o aumento da oferta e a demanda interna ainda tímida.
Esse movimento é um reflexo direto do excesso de produção no mercado interno, que impulsionou a busca por novos destinos no mercado externo. Em resposta, as exportações da tilápia e seus derivados, como filés e produtos secundários, dispararam. De acordo com dados recentes da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil embarcou cerca de 1,7 mil toneladas do peixe em outubro, representando um incremento de 8,1% em relação ao mês anterior e quase o dobro em comparação com o mesmo período de 2023. A expansão na venda para o exterior tem sido vista como uma alternativa para evitar a saturação do mercado interno, que segue pressionado por um consumo aquém do esperado.
Mercado Financeiro
O cenário de abundante oferta é, em grande parte, resultado de uma série de fatores que favoreceram a produção em 2024, como condições climáticas propícias e investimentos em tecnologias de aquicultura. Esse aumento na produção, porém, esbarrou em um consumo interno que ainda não cresceu na mesma proporção. A desaceleração econômica e o impacto da inflação sobre o poder de compra das famílias brasileiras são alguns dos fatores que explicam o consumo menor do que o previsto, principalmente em um mercado onde o peixe ainda é visto como uma alternativa mais cara em comparação a outras proteínas.
Esse quadro gerou um efeito dominó no preço da tilápia, que sofreu uma queda significativa. Nos principais estados produtores, como Paraná, São Paulo e Minas Gerais, os preços já refletem essa baixa demanda, fazendo com que o produto perca valor rapidamente no mercado local. Esse fenômeno de desvalorização, ao mesmo tempo, instigou produtores e exportadores a intensificar a presença do produto no mercado externo, buscando melhor rentabilidade.
Exportações da tilápia seguem em alta
A necessidade de encontrar novas saídas para o excesso de oferta levou os produtores a ampliar as exportações. Dados da Secex indicam que as exportações de tilápia cresceram consideravelmente, com o volume embarcado em outubro alcançando 1,7 mil toneladas, um salto de 8,1% em relação a setembro desse ano. Além disso, quando comparado com o mesmo período de 2023, o volume praticamente dobrou, demonstrando a aposta do setor na expansão do comércio exterior como uma estratégia para enfrentar o desaquecimento do consumo interno.
O mercado internacional tem se mostrado receptivo à tilápia brasileira, especialmente em países onde a proteína do peixe é muito valorizada. Esta demanda externa está ajudando a aliviar a pressão sobre os produtores e manter a atividade econômica do setor, que, em meio aos desafios de 2024, encontrou no comércio internacional um meio para fortalecer sua competitividade e reduzir os efeitos da baixa demanda interna.
O futuro do setor da tilápia parece estar fortemente ligado à capacidade de ampliar e consolidar sua presença no mercado externo. Para os especialistas, essa pode ser a chave para manter a rentabilidade, evitando que os produtores fiquem vulneráveis a oscilações da demanda interna. Além disso, o fortalecimento de programas que estimulem o consumo interno, com iniciativas de marketing e incentivo ao consumo de pescado, pode ser uma estratégia complementar que ajude a estabilizar o mercado local. Clique aqui e veja mais notícias do mercado do peixe.
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