Por Giovanni Lorenzon – AGRONEWS®
O cereal veio mais “cheio” no relatório do USDA. Também nesta coluna a disputa dos produtores rurais que também querem ganhar com o RenovaBio
O milho sofreu mais que a soja desde que o USDA elevou as projeções de produção e estoques das duas commodities, no relatório divulgado durante o feriado brasileiro.
Caiu forte nas sessões nas sessões de terça e quarta, em torno de 10 cents, perdendo a média móvel de 200 dias.
Nesta quinta (14), as cotações em Chicago testam certa recuperação, depois da liquidação e com ajuda do mercado financeiro.
Embora as elevações registradas, válidas tanto para os Estados Unidos quanto para o mundo, tenham ficado parecidas com as da oleaginosa, o peso dos estoques finais de milho é maior pelo volume acima da oleaginosa. De 38,1 milhões de toneladas nos EUA (35,7 no relatório anterior) e 301,7 milhões no mundo (297,6 de antes).
Num momento de safra andando bem nos EUA e demanda mundial mais acomodada que no mesmo período de 2020.
Inclusive com vendas brasileiras mais fracas, mas com demanda melhor no mercado interno.
Portanto, o viés de baixa ainda persistirá no horizonte.
Produtor de cana, milho e soja também querem os CBios
Não deverá ser hoje e nem em 2021 que será solucionado o impasse em torno dos CBios, os Créditos de Descarbonização que somente as usinas e destilarias de etanol de milho e de biodiesel ganham quando vendidos às destilarias na B3 (B3SA3).
Às 14 horas, a Câmara Federal debate em audiência pública a mudança na Lei no RenovaBio, por insistência dos produtores que também querem participar desse negócio com os títulos, cuja cotação nesta quinta está em torno dos R$ 43 a R$ 44.
O pleito é simples: os fornecedores de cana que a entregam para as indústrias certificadas no RenovaBio seguem as exigências do programa, quanto à produção com menor uso intensivo de agentes fósseis em todas as etapas, portanto carregam custos que não são repassados no preço da matéria-prima.
A base da discussão pública é a PL 3149/20, relatada pelo deputado José Schneider (DEM-GO), na Comissão de Agricultura, sob forte oposição das entidades das indústrias, como a Unica, Novabio e Fórum Nacional Sucroenergético.
“Apesar das entidades dos produtores rurais tentaram buscar a solução coesa junto ao segmento industrial, contando, inclusive, com apoio dos Ministérios da Agricultura e de Minas e Energia, não deverá ter consenso durante a audiência”, diz Alexandre Andrade Lima, presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana).
A entidade vem há quase um ano tratando disso, aliada à Orplana, entidade dos canavieiros do Centro-Sul, Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Confederação Nacional da Agricultura (CNA), e agremiações de produtores de milho e soja.
AGRONEWS® – Informação para quem produz