CNA capacita empresas do Programa de Aterrissagem na China
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com a Apex-Brasil e o escritório da Invest SP de Xangai, realizou, na quarta (3), o segundo Warm Up do Programa de Aterrissagem na China.
A abertura do evento virtual contou com a participação da diretora de Relações Internacionais da CNA, Lígia Dutra, e do embaixador do Consulado Geral do Brasil em Xangai, Gilberto de Moura. O encontro foi moderado pela consultora da CNA na China, Camila Chen.
“O Brasil contribui para a segurança alimentar da China desde 2009. Não é uma tarefa fácil, pois temos o desafio de ampliar a nossa pauta exportadora. Esse programa de aterrissagem é fundamental para aumentar a participação de empresas brasileiras no país asiático, facilitando a prospecção de negócios”, disse o embaixador.
Aterrissagem na China
O objetivo do Programa de Aterrissagem na China é levar produtos do agro brasileiro diretamente ao consumidor chinês. A iniciativa é realizada em cinco fases: seleção, preparação, aceleração acompanhamento e a efetiva aterrissagem. Foram selecionadas para participar 15 empresas e cooperativas dos setores de mel e própolis, frutas e derivados (incluindo sucos), lácteos e cafés especiais.
Durante o encontro, o presidente da BraCham, Henry Osvald, falou um pouco sobre o grupo e a realidade das empresas brasileiras na China. “O produtor brasileiro é muito bem-vindo na China. Inclusive, existem diversos empreendedores produzindo alimentos aqui”, destacou.
Em sua apresentação, a fundadora e CEO da Thae Consulting, Thaís Moretz, destacou as oportunidades e os desafios do mercado chinês. “As oportunidades existem. A China é um grande consumidor, possui alto poder aquisitivo e tem interesse por produtos importados”.
Com relação aos desafios, Moretz disse que, além das questões conjunturais (frete, oscilações cambiais e pandemia), existem os desafios de idioma, preços locais, alta concorrência e nichos. “As empresas interessadas em ingressar na China precisam conhecer a cultura, fazer o seu branding e estarem abertas para repensar o modelo de negócio”.
Já o representante do escritório Deheng Advogados, Luiz Eduardo Vidal, falou sobre questões as jurídicas e tributárias para ingressar na China. “A incorporação na China não requer mais aprovação prévia. Uma empresa com investimento estrangeiro pode definir diretamente suas operações como qualquer outra empresa com investimento local faria, como sociedades de responsabilidade limitada (LTD) ou sociedades limitadas por ações (CLS), com um ou mais acionistas”.
Com relação a tributação, Vidal informou aos participantes que os tratados internacionais podem oferecer desonerações fiscais e evitar a dupla tributação, ou seja, distribuindo lucros entre a subsidiária chinesa e o acionista controlador baseado no exterior, seja pelo princípio da isenção e pelo princípio do crédito.
Ao final do evento, a consultora da CNA na China, Camila Chen, explicou que a partir deste mês o Programa de Aterrissagem entra na fase de aceleração. “Nos últimos três meses foram realizadas duas reuniões individuais com cada empresa, totalizando 30 encontros. Com a situação real de cada empresa, nossa equipe desenvolveu os planejamentos estratégicos e entregou diversos materiais, como catálogos de produtos customizados”.
Para ela, o programa tem potencial para ser um caso de sucesso na relação bilateral. “O mercado chinês é enorme, mas acredito que a nossa iniciativa será um legado na indicação de empresas brasileiras para uma melhor atuação na China”.
Por: CNA
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