Seca no Sul e excesso de chuvas no resto do Brasil alimentam o grão; boi se prepara para a China em bom patamar; arroz, do sucesso de 2020 ao tombo de 2021
Por Giovanni Lorenzon – AGRONEWS®
A soja está caminhando até para alcançar os US$ 14,50 na bolsa de mercadorias de Chicago.
A seguir com a tendência de seca do Sul, com perdas contabilizadas de 15 a 17 milhões de toneladas do Rio Grande do Sul ao Paraná, além das que as chuvas em excesso estão deixando no Sudeste, Centro-Oeste e Oeste da Bahia, os US$ 14 deverá vir logo.
Sempre haverá um ou outro dia de realização de lucros, mas a tendência par os preços é positiva por esses fatores.
As primeiras colheitas no Paraná foram decepcionantes. Portanto, com o avanço, a situação poderá ficar mais clara.
Nos campos gaúchos, o plantio mais tardio ficou complicado, e não deverá ter recuperação.
E as áreas que foram replantadas, foi dinheiro perdido.
O Mato Grosso começou ainda timidamente as primeiras colheitas – o arranque no estado é a partir do dia 10 de janeiro – enquanto o mercado observa, atento, as chuvas cavalares no Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas e Bahia.
E chegando a Goiás.
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Réveillon gordo do boi
O boi engatou uma boa arrancada na última semana do ano, mais que na semana do Natal.
Já em preço negociado a mais de R$ 330 a @ em São Paulo.
O produtor, mais folgado com pastos, endureceu, e, com o pouquinho de empolgação de fim de ano do consumidor, o animal ficou mais caro.
Melhor para pecuarista.
A China deverá demandar mais boi a partir de janeiro e os frigoríficos terão um patamar mais alto para ofertar preços.
E, ainda por cima, anulará a sazonalidade de baixa do mercado interno, que, em janeiro, cai bastante – levando-se em consideração a já baixa capacidade de compra.
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Arroz na contramão
O arroz está saindo de 2021 completamente diferente de como saiu em 2020.
O ano passado as exportações puxaram os preços, o grão explodiu no supermercado – lembra-se da inflação do arroz? – e em 2021 os produtores, especialmente gaúchos, se animaram e plantaram mais e melhor.
Mas, eis que o mercado externo não acompanhou 2020.
Os asiáticos voltaram a exportar – coisa que fizeram pouco no ano anterior para segurarem o arroz em casa durante a pandemia -, e sobrou arroz no Brasil.
De quase 2 milhões de toneladas em embarques, caíram para 1,2 milhão/t.
A diferença parece pequena, mas é o suficiente para aumentar a oferta que já veio forte com a produção bem mais alta.
Resumindo, os arrozeiros estão conseguindo no máximo R$ 60 a saca do arroz colhido no primeiro trimestre.
Precisariam que estivesse, no mínimo, a R$ 80.
Resultado: os arrozeiros gaúchos, 70% da produção nacional, devem tirar 200 mil hectares da produção no próximo ciclo, que está aí praticamente.
AGRONEWS® – Informação para quem produz