De um lado, essa conclusão é um alento para mostrar que o Brasil tem condições de manter a produção citrícola mesmo diante dos efeitos devastadores do HLB (greening), responsável por 20% dos gastos no manejo dos pomares. Por outro, o pacote tecnológico estudado nesta edição indica que o greening tem mudado de vez o modo de gerir os pomares de laranja
Segundo pesquisadores do Hortifruti/Cepea, a alta tecnologia tem impulsionado os custos com a atividade, aumentando a escala de produção das propriedades e ampliando os investimentos na formação de pomares e no número de maquinários e implementos. Além disso, esse pacote tecnológico pode elevar os gastos com a mão de obra, já que exige turnos de trabalho mais longos nas propriedades para cumprir o extenso calendário de pulverizações. Esse manejo mais intensivo avaliado nos dois projetos tem o objetivo de elevar a produtividade e manter o nível muito baixo da doença.
Porém, os pesquisadores alertam que a alta tecnologia tem um preço: o produtor não consegue reduzir os custos num momento de aperto financeiro porque precisa de caixa tanto para investir quanto para manter o manejo, mesmo em temporadas de menor receita, devido à queda de produtividade ou de baixos preços. Além disso, o pacote de alta tecnologia não suporta riscos elevados, como já ocorreu na recente crise da citricultura no início da década.
Assim, um dos grandes desafios para viabilizar ambos os projetos estudados é atingir as produtividades estimadas no modelo, em meio à realidade do greening. Ainda, a implementação desses projetos só é viável numa área de baixa incidência do HLB e/ou em propriedades de grande extensão, com pulverização intensiva.
Fonte: Cepea