A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) realizou, durante os dias 19 e 23, ação de fiscalização em Tabatinga (AM), na região da tríplice fronteira do Brasil com a Colômbia e o Peru, para evitar a entrada de uma praga que pode afetar a produção de bananas em áreas de fronteira na Amazônia.
A ação preventiva foi realizada por causa da confirmação da ocorrência da praga quarentenária ausente Fusarium oxysporum f.sp. cubense raça 4 tropical (FOC R4T) na Colômbia. A raça 4 tropical desse fungo é uma variação mais agressiva do já conhecido “Mal do Panamá” ou “Fusariose da bananeira”, e não há ainda variedades resistentes ou manejo químico viável para seu controle. A entrada desta praga no país pode representar grandes perdas para os produtores de banana, com alto impacto socioeconômico para o Brasil.
“Neste momento, foram inspecionadas propriedades em Tabatinga, Benjamin Constant e Atalaia do Norte, onde foram identificadas as áreas de produção de banana, bem como as principais variedades usadas e quais as pragas que as atacam. Não foi identificada nenhuma planta com FOC R4T”, explica a auditora fiscal federal agropecuária Juliana Ribeiro.
A ação faz parte do Programa de Prevenção e Vigilância de Pragas Quarentenárias Ausentes, do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas, que estabelece as diretrizes das ações de prevenção por meio de educação fitossanitária, capacitação, ações fitossanitárias de prevenção e contingência.
A região da tríplice fronteira representa alto risco para o ingresso de pragas agrícolas devido ao intenso tráfego de pessoas e embarcações, bem como de mercadorias que em quase sua totalidade são alimentos das mais diversas origens.
Praga ou doença quarentenária é todo organismo de natureza animal ou vegetal, ou microrganismo que, estando presente em outros países ou regiões, mesmo sob controle permanente, constitui ameaça à economia agrícola do país ou região importadora exposta. A definição das pragas quarentenárias é coordenada pelo Mapa, que mantém uma lista atualizada de quarentenárias.
Participaram desta atividade os auditores fiscais federais agropecuários da coordenação geral de Proteção de Plantas, Juliana Ribeiro e Marcus Prates, da Superintendência Federal de Agricultura do Estado do Amazonas (SFA/AM), Rodrigo Leite e Márcio Pereira, o extensionista rural do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (IDAM), Jânio Amorim e o pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Miguel Dita, especialista na praga e desenvolvedor do primeiro método de diagnóstico específico para a sua detecção, que é usado atualmente em todo o mundo.
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