Afirmação de Maria de Fátima Marchezan, presidente da Associação dos Arrozeiros de Alegrete
“Infelizmente, a importância do agronegócio brasileiro é mais reconhecida no exterior do que pelos nossos governantes – temos uma agricultura de primeiro mundo e uma politica agrícola de terceiro mundo”. A afirmação é de Maria de Fátima Marchezan presidente da Associação dos Arrozeiros de Alegrete (RS).
De acordo com ela, é discrepante que o setor responsável pelas maiores riquezas do País esteja cada vez mais espremido pelo custo Brasil e pela dimensão de uma geopolítica mal aproveitada pelos nossos governantes, que fazem acordos bilaterais que mais prejudicam do que ajudam os produtores.
Maria de Fátima, que também é produtora rural e mestre em Agronegócios, afirma que o setor “está no seu limite” devido ao custo Brasil, e carece urgentemente de reformas – como a trabalhista, já ocorrida, e a tributária. “A guerra fiscal entre os estados é desleal”, sustenta.
“O Brasil precisa pensar além das divisas estaduais e valorizar quem produz aqui, ao invés de deixar commodities dos países vizinhos entrarem para competir com as nossas com alíquotas zeros. Esse tipo de atitude quebra o produtor brasileiro e só gera emprego e renda em outros países, enquanto os produtores daqui acumulam dívidas e o desemprego no campo cresce”, justifica ela.
“Além disso, estamos ficando para trás nas negociações internacionais por não evoluirmos em transações comerciais alicerçadas em modelos mais sustentáveis e modernos, com biotecnologia e por não valorizar e por divulgar o papel social e ambiental do Agro brasileiro. Afinal, quem tem produtos de qualidade e em quantidade, como nós temos, tem comprador certo e não precisa subjugar-se a acordos que venham a prejudicar o mercado interno. Precisamos investir mais na vitrine do agronegócio brasileiro”, analisa.
Fonte: Agrolink