A quarta-feira amanheceu com uma linha de instabilidade associada a passagem da frente fria sobre grande parte da faixa central do País
Com isso, o dia será marcado pelas pancadas de chuvas, principalmente pela parte da manhã, sobre boa parte das regiões produtoras do Mato Grosso do Sul, São Paulo e sul de Minas Gerais. Não há riscos de vendavais ou possíveis estragos, como ocorreram nas últimas madrugadas no Rio Grande do Sul. Onde tudo indica que algumas cidades gaúchas tiveram sérios prejuízos por conta da formações de tornados. Como não há imagens, apenas destroços, o diagnostico será um pouco mais complicado, até porque não há radares e estações meteorológicas em diversas cidades atingidas para saber com exatidão a velocidade do vento e demais parâmetros meteorológicos ocorridos no momento da tempestade. O única coisa que se sabe é que mais de 50 cidades foram atingidas e danificadas pelo temporal dessa última terça-feira.
Se mantendo nesse assunto, muitas granjas foram atingidas, levando ao óbito milhares de aves. Assim, contando as mortes de animais oriundas da greve dos caminhoneiros e agora pelo temporal, a situação ficou gravíssima ao abastecimento de carne não só na região, mas em diversas outras localidades do País, nas quais são abastecidas por esses granjeiros e frigoríficos. Outro fato que poderá chamar a atenção é o consumo de ração num curto e médio período, já que muitos produtores levarão tempo para se reerguerem e voltarem as atividades. Ou seja, toda uma cadeia estará sendo afetada.
Deixando esse assunto de lado, o avanço dessa frente fria pela região Sudeste, onde estará provocando chuvas em algumas localidades da região, bem como no Mato Grosso do Sul, irá possibilitar a elevação e manutenção da umidade do solo, garantindo condições razoáveis ao desenvolvimento das lavouras. E mesmo com a ocorrência de chuvas entre hoje e amanhã, os trabalhos de colheita não deverão ser prejudicados, apenas deverão ocorrer algumas paralisações bem pontuais.
Não há previsões de que venham ocorrer chuvas sobre as regiões produtoras de Goiás, cerrado mineiro, MATOPIBA e em grande parte do Mato Grosso. Apenas poderão ser registradas pancadas de chuvas sobre a faixa oeste e sul do estado mato-grossense. E essas chuvas agora não são tão bem vindas, principalmente pelos produtores de algodão, já que poderão acarretar perdas na qualidade das plumas.
Outro fato que estará afetando os cotonicultores é as baixas temperaturas, principalmente das regiões produtoras do sul e sudeste do Mato Grosso. Após a passagem dessa frente fria, uma massa de ar polar estará avançando sobre o Centro-Sul e ocasionando o declínio das temperaturas, sendo que nessas localidades a previsão é que as temperaturas mínimas fiquem abaixo dos 17°C, o que prejudica a aplicação de desfolhantes. Isso não afeta diretamente a qualidade e muito menos a produtividade das lavouras, mas gera um atraso na condução das lavouras.
Já no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e metade sul do Paraná as temperaturas irão cair bem mais, com possibilidade novamente de formações de geadas, principalmente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Onde as madrugadas de quinta e sexta-feira deverão registrar temperaturas abaixo dos 3°C em muitos municípios. Essas possíveis geadas não trarão nenhum prejuízos aos produtores gaúchos e catarinenses. E esse frio mais intenso não deverá atingir as principais regiões produtoras de milho safrinha, café, cana de açúcar e citros.
* Mas poderá agravar a situação daqueles que estão sem abrigo e roupas, por terem perdido tudo no temporal.