As chuvas ocorridas nesse último final de semana sobre a região Sul foram bastante irregulares e em volumes baixos, sendo que muitos localidades nem registraram chuvas
Tal condição ainda mantém os solos com níveis muito baixos de umidade e, sobretudo, mantendo as condições bastante preocupantes ao desenvolvimento das lavouras. Para essa semana ainda não previsões de novas pancadas de chuvas sobre o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, entretanto, essas chuvas só deverão ocorrer mais pro final dessa semana, quando uma nova frente fria estará avançando pela região e provocando novamente pancadas de chuvas irregulares. Apesar dos mapas de previsão continuarem sinalizando chuvas para o Sul, essas ainda continuarão sendo irregulares. De uma certa forma, não será de todo ruim, já que muitas áreas continuarão sendo beneficiadas, mas é fato que essa ausência de chuvas regulares já vem comprometendo o pleno desenvolvimento das lavouras, principalmente de milho. Mas ao longo dessa semana também iremos ouvir relatos de lavouras de soja já sob forte estresse hídrico e consequentemente perdas de produtividade em ambas as culturas.
Infelizmente, esse bolsão de água fria na metade leste do Oceano Pacífico mantém os corredores de umidade voltados mais ao norte do País, fazendo com que as frentes frias passem rapidamente sobre a região Sul e provocando chuvas rápidas, de baixa intensidade e bastante irregulares. Ainda volto a comentar que é muito cedo para prever que a região Sul, em especial do Rio Grande do Sul terá quebras significativas em suas lavouras, mas também se pode descartar que não será uma safra tão espetacular como foram as últimas 4 safras.
Mas mesmo com toda essa preocupação agora em dezembro, os mapas de previsão de chuvas continuam sinalizando um mês de janeiro com chuvas acima da média para toda a região Sul, o que irá trazer boas perspectivas de produtividade para a Região, em especial para a cultura da soja, que nesse mês estará em plena fase de florescimento e enchimento de grãos.
Para a região Sudeste, a semana será marcada pela ocorrência de pancadas de chuvas, principalmente de final de tarde e noite. As temperaturas continuarão altas, mas com a passagem de frentes frias associadas a áreas de instabilidade as temperaturas máximas não deverão ser tão altas como foram nessa última semana. Além disso, com a ocorrência de chuvas mais regulares sobre as regiões produtoras de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, as condições ao desenvolvimento das lavouras se manterão favoráveis. Mantendo assim, boas perspectivas para a produção para essa safra 2017/18. Além disso, os mapas de previsão de chuvas mantém um janeiro com chuvas dentro da média para toda a região Sudeste, sendo que apenas no norte de Minas Gerais é que poderá ter alguns períodos de chuvas bem mais irregulares e até mesmo algumas ausências, principalmente durante a 2ª quinzena do mês.
No Centro-oeste, as chuvas intermitentes que vem ocorrendo, principalmente sobre o Mato Grosso tem impossibilitado a realização dos tratos culturais, principalmente as aplicações de defensivos agrícolas e também o plantio do algodão safra. Essa condição já traz muita apreensão à diversos produtores, uma vez que tais condições meteorológicas além de atrapalhar a realização dos trabalhos de campo, também prejudica o desenvolvimento das lavouras, uma vez que mantém o tempo nublado e índices de taxas de radiação solar muito baixos, o que ocasiona taxas fotossintéticas baixas, consequentemente, baixos índices de acumulo de matéria seca. Porém, como há previsão de que mais pro final da semana, as chuvas vem a ocorrer no Sul do País, a perspectiva é que as chuvas voltem a ficar em todas as regiões produtoras do Mato Grosso, Goiás e em boa parte do Mato Grosso do Sul na forma de pancadas, muito provavelmente pancadas diárias, mas não mais uma condição de invernada. O que irá possibilitar a plena retomada das atividades de campo e, sobretudo, o plantio do algodão. Além disso, o mês de janeiro, está se mostrando com chuvas dentro da média para toda a região, o que irá permitir que os níveis de umidade do solo, se mantenham adequados ao desenvolvimento das lavouras, bem como possibilitem a realização da colheita da soja e posterior plantio das lavouras de 2ª safra.
No MAPITOBA, as condições para essa 2ª quinzena de dezembro ainda continuarão sendo de pancadas de chuvas, horas mais intensas e generalizadas e num outro momento, irregulares. Mas mesmo assim, os mapas de previsão continuam sinalizando chuvas para toda a região, o que manterá as condições extremamente favoráveis ao desenvolvimento das lavouras, não sendo observado para esse período, nenhuma grande anomalia que possa prejudicar o pleno desenvolvimento das plantas e consequentemente resultar numa redução em seus potenciais produtivos. Além disso, a 1ª quinzena de janeiro continuará sendo marcada pelas chuvas regulares e em bons volumes, mantendo assim, boas condições ao desenvolvimento das lavouras. Porém, ao longo da 2ª quinzena de janeiro, há grandes possibilidades de que venha ocorrer um veranico – o que de tradição na região, mas segundo esses mesmo mapas a 1ª quinzena de fevereiro já há previsões de retorno das chuvas, o que manterá as condições bastante favoráveis ao desenvolvimento das lavouras. Porém, como será um ano onde a ZCIT demora uma pouco mais para se estabelecer sobre a região, algumas microrregiões poderão ter alguns problemas de ausência de chuvas entre a 2ª quinzena de janeiro e 1ª de fevereiro.
Desse modo, apesar da ausência de chuvas no Sul, não vejo ainda nenhuma grande preocupação para com a safra de grãos, de café e de cana de açúcar ainda para essa safra 2017/18. Porém, os índices de produtividade/produção não serão iguais aos registrados na safra 2016/17, quando o clima se mostrou excepcional em todas as regiões produtoras do País. Mas não terá quebras como vistas em anos como 2012 e 2013 no Brasil. Pelo contrário, será uma safra com índices de produtividade dentro da média para todas as culturas, devido exclusivamente, por essa oscilação nos regimes de chuvas. Horas numa determinada região do País e num outro período em outra parte. O que irá determinar índices bons, regulares ou até mesmo ruins de produtividade, será o período que essas intempéries climáticas ocorrerem associadas a fase fenológica da cultura. Mas volta a mencionar, não será um safra que observaremos quebras significativas em nenhum cultura e/ou numa região. Apenas será observada quebras pontuais, apenas isso.